Ministério Público denuncia 37 por ataque à Aracruz
2006-04-25
O promotor de Justiça Daniel Indrusiak denunciou ontem (24/04) 37 pessoas pelo
ataque à unidade da Aracruz Celulose em Barra do Ribeiro. O coordenador
nacional do MST, João Pedro Stédile, foi denunciado por cinco crimes. Segundo
Indrusiak, apesar de não ter sido comprovada a presença de Stédile no local da
depredação, ele exerceu função decisiva, estimulando os demais denunciados à
prática do delito.
O promotor explicou que foi pedida ainda a quebra de sigilo bancário de três
entidades, a fim de investigar se teriam recebido verbas públicas para custeio
de suas atividades, através de repasses do governo do Estado e da Assembléia
Legislativa. "Trata-se de um mecanismo complexo e preordenado, cuja função é
promover o custeio de atividades ilegais com recursos obtidos de forma obscura",
frisou. Na sede de uma das associações, em Passo Fundo, havia cerca de 10 mil
dólares, 8 mil pesos chilenos, R$ 8 mil, cheques e cartões bancários.
O procurador-geral de Justiça, Roberto Bandeira Pereira, destacou que o
Ministério Público não é contrário aos movimentos sociais, mas cumpre a sua
obrigação com a sociedade ao coibir os excessos. "A função do MP é combater
esse tipo de delito, que ultrapassa os limites da Constituição." O MP
continuará investigando e mais pessoas podem ser denunciadas. O órgão avaliou
que a maioria dos 1,2 mil invasores da Aracruz foi usada como massa de manobra.
No ataque, ocorrido em 8 de março, foram destruídos um viveiro com cerca de 50
mil mudas de árvores nativas e um milhão de mudas de eucaliptos que estavam no
laboratório. O prejuízo da Aracruz teria sido de R$ 6 milhões.
(CP,
25/04/06)