Diretora do Ministério das Cidades defende aterros sanitários de pequeno porte
2006-04-25
Os ministérios do Meio Ambiente e das Cidades tem estimulado prefeituras brasileiras a formarem consórcios para melhorar o tratamento do lixo. Nesta segunda-feira (24), durante o Simpósio Internacional de Tecnologias e Tratamento de Resíduos, a diretora de Gestão e Manejo de Resíduos Sólidos do Ministério das Cidades, Nádia Limeira Araújo, defendeu a criação de aterros de pequeno porte como forma de facilitar o emprego de tecnologias.
Entre elas, o aproveitamento do gás metano produzido pelo lixo e a reutilização dos resíduos em programas sociais de geração de renda. "Estamos preocupados com o benefício na ponta", ressaltou Araújo. "Não é interessante simplesmente repassar recursos para uma prefeitura fazer aterro sanitário se não houver equipamento adequado para manipular e tratar os resíduos. Nossa função é monitorar a qualidade do aterro e dos resultados dos programas implementados."
De acordo com a diretora, a preocupação central do governo é com transformação dos aterros sanitários em lixões, onde "comunidades inteiras buscam por comida ou objetos de algum valor para sobreviver". Para evitar que isso aconteça, as prefeituras podem se candidatar a cursos de capacitação sobre como gerenciar os resíduos sólidos e a intercâmbios com especialistas de países como Alemanha, Holanda, Itália, Portugal e Japão.
O Simpósio Internacional de Tecnologias e Tratamento de Resíduos reúne até a próxima quinta-feira (27), no centro do Rio de Janeiro, especialistas do Brasil e de vários outros países. Entre as experiências analisadas na reunião está a de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. O município foi o primeiro no país a utilizar um mecanismo de tratamento limpo para o lixo. A técnica consiste no aproveitamento do gás metano como combustível para máquinas agrícolas.
O encontro foi organizado pela Coordenação de Programas de Pós-graduação em Engenharia (COPPE) da Universidade Federal do Rio de Janeiro. De acordo com dados da própria COPPE, o Brasil produz diariamente mais de 140 mil toneladas de lixo e dos 5.560 municípios brasileiros, mas de 4 mil despejam o lixo em locais impróprios, sem qualquer tipo de tratamento.
(Agência Brasil, 24/04/06)