Sociedade Ecológica Amigos do Jacuí organiza passeio pelas águas do rio
2006-04-25
Antes de chegar à água, muita terra. De Agudo até a barragem do Rio Jacuí, em
Nova Palma, foram 50 minutos numa estrada de chão que reserva uma paisagem
bucólica, cheia de surpresas. Casas rústicas, cenas de homens na lida campeira.
Apenas o caminho, o meio para chegar na barragem, onde mais de 30 barqueiros
de Agudo, Dona Francisca, Paraíso do Sul e Santa Maria marcaram um encontro no
sábado de manhã (22/04).
A reunião, organizada pela Sociedade Ecológica Amigos do Jacuí Sejamigo, de
Agudo, colocou na água 14 barcos e mais de 30 amantes da natureza que apostam
no ecoturismo consciente como forma de preservação do meio ambiente e das
belas paisagens da Quarta Colônia. O grupo, que saiu de Dona Francisca e foi
até a barragem de Itaúba, em Pinhal Grande, já havia feito passeios deste tipo,
só que juntando o lixo que os "turistas" deixam no mato e às margens do rio.
- Juntamos uma caçamba de sujeira. Encontramos de tudo - relembra Claudio
Ricardo Schott, o coordenador do departamento de ecoturismo da sociedade
Sejamigo.
A bordo do barco do seu Ilgo Fischer, a equipe do Diário acompanhou todo o
passeio. Ficou fácil entender tamanha preocupação com a região. A área pela
qual o grupo navegou faz parte da Usina Hidrelétrica de Dona Francisca e é um
colírio para os olhos. Árvores de variadas espécies cobrem os morros, que
formam um paredão verde. Ruínas de antigas moradas aguçam a curiosidade. Tudo
inunda a alma de beleza, pena que muita gente não cuida. Deixa por lá
lembranças nada biodegradáveis.
Adão Máximo dos Santos, 64 anos, foi criado na região do Taquaral, já no
município de Arroio do Tigre. Conheceu a área antes de ter sido alagada para a
construção da barragem e está de olho nos visitantes.
- Tem gente safada que vem para cá e fica só esculhambando - conta o tropeiro.
Próximo encontro será para limpar o rio
No sábado, a Sociedade Sejamigo programou o encontro só para conhecer a área e
curtir um passeio. Foram mais de 40 quilômetros navegando, com direito a pausa
para o churrasco e fotografias.
- Conjugamos três verbos: conhecer, preservar e confraternizar. Dá para se
divertir sem destruir - ensina Ivo Hopf.
A próxima aventura do grupo ainda não tem data. O certo é que colocará o pé na
água para limpar o Rio Jacuí. Amigo é para essas coisas.
(Diário de Santa
Maria, 24/04/06)