Barragem e agricultura estão sob os efeitos da seca em Pelotas
2006-04-25
A média dos últimos 30 anos de chuva no mês de abril é de cem milímetros, mas o registro até o momento é de 28,6 milímetros. Na tarde de ontem o nível da barragem Santa Bárbara estava 2,43 metros abaixo do normal, o que preocupa a direção do Sanep. No setor agrícola as maiores perdas registradas até o momento foram nas safras de milho e de feijão, e na pecuária a produção de leite.
O diretor-presidente interino do Sanep, Paulo Ricardo Morales, explica que o local onde é feita a captação de água em cima de tambores foi alterado e o diâmetro da tubulação aumentou. Esse material é locado e gera gastos à autarquia.
Morales lembra que devido à profundidade em que água é captada a qualidade do produto se torna inferior. Para manter o padrão de distribuição é preciso utilizar mais produtos químicos, o que significa mais despesas.
A falta de chuva atinge diariamente os agricultores e pecuaristas que já começam a contabilizar as perdas. Mas o gerente regional da Emater, Clóvis Victoria, considera a seca do ano passado pior do que a registrada até o momento.
Muitos agricultores já ingressaram com o pedido de Pró-agro e Pró-agro Mais, seguros para as perdas junto ao Banco do Brasil e o Sicredi. As instituições encaminham até a Emater o pedido para que técnicos realizem a vistoria, com a finalidade de informar as perdas reais nas plantações.
Victória destaca que as quebras nas lavouras de feijão já somam em torno de 70%. Em relação a soja ainda não é possível fazer um levantamento porque está em fase de maturação e enchimento do grão.
Em 2005, lembra o diretor regional, a estimativa das perdas ficou em torno de R$ 800 milhões. Dinheiro que deixou de circular na região e de abrir novos postos de trabalho na agricultura. “Estamos plantando lavouras e colhendo Pró-agro”, desabafa Morales.
A pecuária também aponta perdas de 15% da produção de leite. As pastagens estão secas e existe a dificuldade de água, causado pelo déficit hídrico. Quem trabalha com gado de corte também é atingido, porque o ganho de peso dos animais é bem menor.
(Diário Popular, 24/04/06)