Madeireiros e prefeitos querem liberação de planos no Pará
2006-04-25
Madeireiros e prefeitos do oeste do Pará decidiram unir forças para cobrar do Ministério do Meio Ambiente, em Brasília, a liberação de planos de manejo florestal, suspensos na região desde o ano passado. Eles organizam uma viagem e manifestações na capital federal ainda para esta semana.
Só com as serrarias funcionando, argumentam, a crise que domina o setor madeireiro poderá ser combatida, evitando novas demissões. Em um ano, nos municípios de Novo Progresso, Itaituba e Santarém foram demitidos mais de 20 mil trabalhadores.
A liberação dos planos seria uma medida emergencial, enquanto o governo federal não coloca em ação seu projeto de concessão de florestas públicas, sancionado no começo do ano pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O prefeito de Novo Progresso, Tony Fábio, afirma que em seu município a situação é "caótica e desesperadora". Lá, a maioria dos empregos é produzido pelas serrarias.
Fábio acusa o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) de Santarém de prejudicar a economia da região, ao deixar de cumprir um plano de ajustamento de conduta idealizado pelo Ministério Público Federal para permitir a exploração sustentada de madeira. Apenas quatro planos de manejo foram liberados nos últimos cinco meses. A safra de madeira começa no final de maio.
O Ibama garante que não irá liberar projetos que não estiverem dentro das exigências legais, como a apresentação de documentos das áreas sujeitas à exploração florestal.
(O Estado de S. Paulo, 24/04/06)