China estimulará uso de transgênicos
2006-04-25
O vice-primeiro-ministro chinês Hui Lian Yu disse nesta sexta-feira (21/04)
que seu país estimulará o uso de Organismos Geneticamente Modificados (OGM),
ou transgênicos, em alguns produtos, mas que será "prudente" no caso dos
alimentos. Hi Lian Yu afirmou isto após se reunir com o ministro da
Agricultura da França, Dominique Bussereau, com quem assinou um acordo de
cooperação na área em questão, especialmente na produção de trigo.
A China é um dos principais países produtores de transgênicos, com 5% da
produção mundial, embora ainda esteja distante dos EUA, com 59%, e da Argentina,
com 20%, informa a ONU.
O governante chinês disse que o estudo e a aplicação dos OGM acontecem em
vários países, e afirma que sua iniciativa também é realizada com a intenção
de melhorar alguns produtos.
Ele mencionou a modificação genética do algodão, "para torná-lo mais
resistente", e colaborar com o setor têxtil do país.
Acordo
França e China assinaram nesta sexta um acordo que representa a criação, em
Pequim, de um centro piloto sobre a produção de trigo, que terá técnicos dos
dois países para investigar o genoma do cereal, melhorar sua qualidade, o
rendimento dos cultivos e a resistência às doenças.
A China sofre com a falta de terras cultiváveis, que representam de 13,9% do
país, com tendência de redução nos próximos cinco anos. A França vendeu, em
2005, meio milhão de toneladas de trigo para a China, e o
vice-primeiro-ministro expressou seu desejo de manter essa colaboração
comercial.
Por causa de uma declaração assinada nesta sexta pelos dois ministros, o
acordo franco-chinês será aplicada a outras esferas, como a do vinho, a da
genética animal e da saúde veterinária.
A luta contra a gripe aviária também fará parte do acordo. A doença já chegou
a humanos na China, com 17 casos registrados desde 2005, dos quais 12 morreram, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Hui Lian Yu evitou fazer mais comentários sobre a doença e se limitou a dizer
que "ultrapassou as fronteiras dos países. É importante reforçar a cooperação
internacional. Com a França haverá contatos sobre saúde animal, com vacinas,
tratamento de animais e sensibilização da população".
(EFE, 24/04/06)