Governo ucraniano pede ajuda para deter efeitos de Chernobyl
2006-04-25
Às vésperas da data que marca os 20 anos do pior acidente nuclear civil do mundo, o governo da Ucrânia alertou que, se as obras para cobrir definitivamente a usina de Chernobyl não forem aceleradas, toda a Europa correrá risco da radiação. "Atrasos poderão custar muito para o continente", afirmou o presidente ucraniano, Viktor Yushchenko, que pediu apoio internacional para revitalizar a zona contaminada.
Após o desastre, ocorrido em 26 de abril de 1986, uma estrutura foi construída para evitar a saída da radiação. Mas duas décadas depois, Chernobyl precisa de novo sarcófago para conter as cerca de 200 toneladas de material radioativo ainda dentro da usina. A comunidade internacional já prometeu mais de 1 bilhão de dólares para o projeto. Porém, desentendimentos entre a empresa que fará a construção e o governo ucraniano impediram que o início das obras fosse anunciado durante os eventos deste ano.
O número de mortes suplementares por cânceres provocados pela catástrofe nuclear de Chernobyl pode chegar a 66 mil, 15 vezes mais que as previsões da ONU, afirmam dois cientistas britânicos em estudo realizado a pedido dos Verdes do Parlamento Europeu. Conforme o estudo, 3,9 milhões de quilômetros quadrados, ou 40% do território da Europa foram contaminados pelas conseqüências de Chernobyl. Para os cientistas, é difícil saber o número exato de casos de câncer vinculados a Chernobyl porque os efeitos das radiações são sentidos a longo prazo.
(CP,
25/04/06)