A atividade artesanal com fibra de bananeira em Comunidades Quilombolas do Vale do Ribeira (SP)
2006-04-25
Tipo de trabalho: Dissertação de Mestrado
Instituição: Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP)
Ano: 2005
Autor: Katia Maria Pacheco dos Santos
Contato: kpsantos@esalq.usp.br
Resumo:
O presente estudo trata da descrição e análise da atividade artesanal com fibra de bananeira praticada pelas comunidades quilombolas de Ivaporunduva, André Lopes e Sapatu, município de Eldorado, região do Vale do Ribeira, tendo como referencial teórico o conceito de ecodesenvolvimento proposto por Sachs (1980). A atividade artesanal com fibra de bananeira foi iniciada no ano de 1997, através de um projeto de pesquisa executado pela Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (ESALQ) - Universidade São Paulo (USP): "Projeto de Aproveitamento de Resíduos da Agroindústria da Banana no Vale do Ribeira, SP" cujo objetivo consistia em realizar estudos que resultassem em alternativas economicamente viáveis para o aproveitamento dos resíduos da bananicultura na região. Desde de então, a atividade artesanal com fibra de bananeira vêm sendo praticada por integrantes das comunidades referidas. Para coletas de dados foram utilizadas técnicas comumente trabalhadas pelas nas ciências sociais como: observação participante, entrevistas informais não-estruturadas e semi-estruturadas com os artesãos envolvidos e com representantes de Instituições governamentais e não governamentais atuantes no processo. Verificou-se neste trabalho a contribuição da atividade artesanal na valorização da mulher, a compatibilidade da tecnologia repassada com os contextos social e ambiental locais, o aproveitamento dos recursos locais disponíveis e o papel dessa atividade na economia familiar. Analisando o processo de geração, adoção e disseminação da atividade artesanal com fibra de bananeira e seus resultados nas comunidades conclui-se que esta atividade: (1) representa hoje um significativo complemento na renda familiar dos artesãos que a praticam; (2) é praticada em conformidade com a organização sócio-cultural local, (3) não gera impacto ambiental negativo e (4) dispõe, em quantidade significativa, da matéria prima necessária para realização da atividade. Portanto, sua prática é compatível com os preceitos do ecodensenvolvimento.