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2006-04-24
Com o início das operações da Plataforma P-50 da Petrobras, instalada no campo de Albacora Leste, na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, na última sexta-feira (21), o Brasil deu o passo definitivo para a auto-suficiência na produção de petróleo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acionou o funcionamento do maquinário da P-50 e repetiu o gesto do ex-presidente Getúlio Vargas - que sujou e exibiu as mãos com petróleo um ano antes da inauguração da Petrobrás, em 1953, em plena fervura da campanha movida sob o lema “O petróleo é nosso”. A nova plataforma garantirá a produção média de 1,9 milhão de barris diários para uma demanda de cerca de 1,8 milhão de barris por dia.

“Acho que é importante comparar as datas: em 21 de abril de 1792, um homem era enforcado neste país porque ousou, junto com outros companheiros, acreditar que o Brasil não precisaria mais estar subordinado às orientações da Coroa Portuguesa. Foi enforcado, esquartejado, e para que não deixasse dúvida de que era proibido falar em independência no Brasil, salgaram a sua carne e penduraram pelas ruas”, disse Lula em discurso proferido na solenidade comemorativa da auto-suficiência de produção de petróleo, ocorrida no Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro. “O que os algozes da independência não tinham percebido é que é muito fácil você matar, esquartejar, salgar e fazer o que você quiser com a carne do corpo humano, mas é muito difícil quando a idéia é muito forte, fazer com que essa idéia não traspasse o tempo: E foi o que aconteceu no Brasil, porque 30 anos depois, em 7 de setembro de 1822, a independência tão almejada por Tiradentes acontecia”.

A Petrobras, afirmou Lula na solenidade, “não é apenas uma empresa de produção de petróleo”, mas uma “fábrica de produção de conhecimento”. “Quis o destino que o Brasil alcançasse a auto-suficiência em petróleo, conquista por si extraordinária em qualquer tempo, e privilégio de poucos países justamente agora quando as cotações internacionais sinalizam importante elevação na estrutura de preços do produto”, observou o presidente. “A dupla vantagem de abastecimento e custos, que ora incorporamos à competitividade nacional, não foi uma oferta generosa da geografia e, tampouco, resultou de qualquer automatismo econômico. Sobretudo, ela se deve à prontidão histórica de brasileiros e brasileiras que, na iminência de decisões importantes, souberam responder aos desafios do seu tempo com uma vigorosa mobilização de auto-estima democrática e confiança no país”.

Auto-suficiência em revista
"Apenas pela força do mercado não chegaríamos aonde estamos hoje. Nesse sentido, eu acho que o petróleo é o símbolo da vitória daqueles que tinham uma visão de país e que agora está sendo concretizada. Ela é a combinação bem sucedida de três fatores: a existência dos recursos naturais, no caso o petróleo; a competência tecnológica demonstrada pelo país; e a existência de uma empresa nacional capaz de desenvolvê-la", comentou, para a Agência Brasil, da Radiobrás, o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim.

Para Luiz Pinguelli Rosa, coordenadador do Programa de Planejamento Energético da Coordenação dos Programas de Pós Graduação de Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e ex-presidente da Eletrobras, a a auto-suficiência não resolve uma questão essencial para o país: a falta de uma política estratégica para o setor petróleo no Brasil. "Não basta a Petrobras. Até porque foi feita a abertura do mercado e as licitações de blocos são abertas a todos os proponentes. Nós temos a preocupação de que o Brasil venha, no futuro, a exportar petróleo, um produto que nós não sabemos em que proporções teremos no futuro".

A crítica voltada para a decisão da Petrobras de exportar o excedente da produção, permeada pelas incerteza com relação ao futuro, recebe apoio de outros segmentos diretamente ligados à empresa. "O petróleo já está chegando à casa dos US$ 70 o barril no mercado internacional e não se espante se daqui a pouco tempo ele venha a atingir a casa dos US$ 80 a US$ 100", defende Haroldo Pereira, da Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet). "Nós vamos exportá-lo a um preço ainda menor, pois nosso petróleo é de pior qualidade, e dentro de pouco tempo, vamos ter que importá-lo a um preço bem maior. Esta é, portanto, uma mais do que equivocada: é uma traição aos interesses nacionais e à nação brasileira".

Plataforma
A P-50, unidade flutuante de maior capacidade de produção do Brasil (até 180 mil barris diários, o que representa 11% do volume médio produzido no país em 2005), consumiu investimentos da ordem de US$ 634 milhões. Instalada no campo de Albacora Leste, na Bacia de Campos (RJ), a unidade tem participação de 10% da empresa espanhola Repsol, e é o resultado de uma adaptação do navio Felipe Camarão, da frota da Petrobras, transformado em uma unidade de produção do tipo FPSO (unidade que produz, processa, armazena e escoa o óleo e o gás).

Ela também será capaz de comprimir seis milhões de metros cúbicos de gás natural e estocar 1,6 milhão de barris de petróleo. A obra custou US$ 634 milhões e foi realizada em Cingapura, em 2003, com participação de 35% da indústria nacional. No Brasil foram construídos os módulos que ficam sobre o casco e a integração de todos os componentes da plataforma, resultando em quatro mil empregos diretos e 12 mil indiretos.

O desafio da auto-suficiência em petróleo contou também com a decisiva entrada em operação das plataformas P-43 e P-48, no complexo Barracuda-Caratinga, na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro. A P-43 foi lançada em 13 de outubro de 2004, enquanto a P-48 entrou em atividade em janeiro de 2005.
(Carta Maior, com informações da Agência Brasil)

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