Bush incentiva energia alternativa frente à alta do petróleo
2006-04-24
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, promoveu no domingo (23/04) as fontes alternativas de energia no Dia da Terra, diante da escalada do preço do petróleo. Na quinta-feira (20/04), o barril ultrapassou a barreira dos US$ 75. O aumento do preço do petróleo devido, entre outros fatores, à expectativa em torno da crise nuclear iraniana, é mais um golpe para Bush, cuja popularidade está em torno de 35%, índice mais baixo desde o começo do seu mandato. O baixo desempenho do presidente nas pesquisas de opinião tem preocupado o Partido Republicano, tendo em vista a proximidade das eleições legislativas de novembro.
Em seu pronunciamento semanal no rádio, Bush lembrou a comemoração do Dia da Terra. "Muitos de vocês se perguntam como satisfazer nossas crescentes necessidades de energia sem agredir o meio ambiente", disse. "A chave é a tecnologia", afirmou o governante, ex-empresário petroleiro que, diante da alta do preço da gasolina, tem afirmado que os EUA devem diminuir sua "dependência" em relação ao petróleo. Na agenda oficial da viagem de quatro dias ao estado da Califórnia, o presidente visitará um centro de pesquisa em Sacramento para conferir o uso de hidrogênio como combustível, uma das tecnologias "limpas" incentivadas por ele.
Segundo especialistas, os veículos movidos a hidrogênio não poluem o meio ambiente e são mais eficientes que os movidos à gasolina. Em contrapartida, faltam ainda entre 20 a 30 anos para que esse tipo de tecnologia seja acessível ao grande público. "Diante do desenvolvimento destas e de outras fontes de energia limpa e renovável, como o etanol, continuaremos a estimular nossa economia, fazendo com que os preços da energia caiam, protegendo nosso meio ambiente e tornando os EUA menos dependentes do petróleo estrangeiro", afirmou Bush.
O presidente também promoveu os veículos híbridos, movidos em parte à eletricidade. "Estamos subsidiando pesquisas de uma nova geração de veículos híbridos que possam ser recarregados em estações elétricas, permitindo assim que muitos motoristas façam seu trajeto diário ao trabalho sem usar gasolina", disse. A proposta de Bush sobre as novas tecnologias não contém qualquer elemento que reduza a curto prazo o preço da gasolina, segundo admitiu a Casa Branca. O assunto é um dos temas que mais preocupa os americanos, segundo pesquisas. Em meio aos ataques dos democratas e a apreensão dos republicanos, Bush disse entender a preocupação dos cidadãos.
Durante um discurso na sexta-feira (21/04) à noite em San Jose, Bush afirmou ter consciência de que a ida aos postos tem feito mal aos americanos, uma vez que o aumento da gasolina equivale a "criar um imposto, especialmente para os trabalhadores e as pequenas empresas". Uma pesquisa publicada no domingo pelo jornal "The Washington Post" afirma que 74% dos americanos criticam o comportamento de Bush frente à alta do petróleo, enquanto apenas 23% o aprovam.
A oposição democrata, de olho nas eleições de novembro, se apressou em criticar o governante americano. Em resposta ao discurso de Bush no rádio, o senador democrata Bill Nelson, da Flórida, afirmou que o presidente deve dar "passos mais radicais", adotando medidas para fomentar a economia de energia e aumentar o rendimento dos veículos por litro de gasolina consumido. "Os EUA devem agir já, antes que o aumento dos preços e a dependência do petróleo estrangeiro acabem estrangulando nossa economia e nossas Forças Armadas", disse. Em várias regiões do país, o litro de gasolina superou os US$ 0,67, preço que não se via desde a passagem dos furacões Katrina e Rita pelo Golfo do México no ano passado.
(EFE, 23/04/06)
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