O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) recusou à prefeitura de Porto Alegre o pedido de alterar o projeto do Conduto Forçado Álvaro Chaves, obra que está em andamento e pretende acabar com os alagamentos em nove bairros da capital. A construção está paralisada desde setembro do ano passado no trecho da rua Santa Rita (continuação da Álvaro Chaves), na Zona Norte, por causa de uma adutora do Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) que estava mal posicionada nos estudos. Com a proximidade das escavações com máquinas potentes, a adutora – que trabalha com intensa pressão – poderia explodir e causar um grave acidente.

Devido ao problema, a intenção da prefeitura era substituir as galerias de concreto armado do conduto por tubos com junta elástica – o que foi recusado pelo financiador da obra, cujo investimento total é de R$ 36 milhões. Agora, o Departamento de Esgotos Pluviais (DEP) busca alternativas para a conclusão da construção. Uma delas seria desativar o equipamento do Dmae enquanto a obra do conduto Álvaro Chaves estiver em andamento. "O Dmae está estudando a possibilidade de transferir, por alguns dias, o abastecimento usando outras duas adutoras que estão inativas há anos", afirmou o diretor de Obras e Projetos do DEP, Sérgio Zimmerman. Outra possibilidade é o congelamento do solo – o que impediria a mobilidade da terra durante as escavações, evitando o risco de acidente.

Todas as alternativas serão analisadas num prazo de 60 dias, e a previsão é de que a construção do conduto na altura da rua Santa Rita – um trecho de 600 metros – seja retomada em agosto. Segundo Zimmerman, 72% da extensão do conduto Álvaro Chaves já está finalizada. "Usamos, até agora, apenas 36% dos recursos", afirmou.

Concluída primeira etapa das obras
A primeira parte das obras do Conduto Forçado Álvaro Chaves-Goethe foi concluída neste final de semana. A pista da Avenida Goethe foi liberada às 19h de ontem (23/04). A obra deverá recomeçar em 10 dias. A interrupção da Goethe ocorreu alternadamente nos dois sentidos no sábado e ontem, entre a passarela do Parcão e a Rua 24 de Outubro para a colocação de uma galeria com dois metros de altura e dois metros de largura, atravessando a avenida.
(JC, 24/04/06)