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2006-04-24
Cresce adesão de empresas brasileiras aos mecanismos de flexibilização do Protocolo de Quioto. Até 2012, quando terminará o primeiro período de compromisso do acordo, o Brasil poderá deixar de emitir até 130 milhões de toneladas de gases de efeito estufa para a atmosfera. Isto propiciará ao País receitas de cerca de alguns bilhões de dólares em créditos de carbono. Os projetos de produção limpa também criarão empregos e contribuirão para a melhoria da qualidade de vida das comunidades de seu entorno, tanto no aspecto social, quanto na preservação do solo e mananciais de água.

A ERM (Environmental Resources Management) – eleita por dois anos consecutivos a melhor consultoria ambiental do mundo – tem assessorado grandes organizações internacionais a incluir o risco carbono como um novo fator a ser considerado no planejamento estratégico e na gestão estratégica. A empresa também tem discutido, por meio de seminários que reúnem especialistas de várias partes do mundo, temas ligados à prática do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), estabelecido pelo acordo. Alem disto, a ERM se firmou como consultoria especializada no processo de busca de oportunidades de projetos de redução de emissões associados ao aumento de eficiência energética e eventualmente elegíveis aos mecanismos de Quioto como o MDL.

-É necessário democratizar o acesso às informações sobre o tema, pois a gestão integrada das emissões atmosféricas pode transformar-se em muito mais do que um bom negócio - destaca Braulio Pikman, membro do Painel Metodológico da Junta Executiva das Nações Unidas e coordenador de Energia e Mudanças Climáticas da ERM Américas. Segundo ele, receitas advindas de ações de eficiência energética, mitigação das emissões de poluentes regulados e projetos MDL podem multiplicar ganhos e agregar benefícios intangíveis, como maior reconhecimento da marca das empresas, redução de riscos socioambientais e a satisfação dos chamados stakeholders.

O Protocolo de Quioto, que entrou em vigor em fevereiro de 2005, depois de ter sido assinado por diversas nações, visa reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa (GEE). O tratado prevê diminuição de pelo menos 5,2% da emissão de GEE pelos países industrializados. Pelo MDL, cada tonelada de Gás Carbônico (CO2) que deixar de ser emitida ou for removida da atmosfera por um país em desenvolvimento, como o Brasil, poderá ser negociada no mercado mundial, através da venda dos chamados CERs – certificados de emissões reduzidas, validadas por entidades acreditadas pela ONU e por estruturas locais, como a Autoridade Nacional Designada, aqui no Brasil.

Antes mesmo da entrada em vigor do Protocolo, o Brasil já tinha um projeto registrado no Conselho Executivo do MDL: aproveitamento de metano proveniente de biogás – aterro de Nova Iguaçu. O projeto obteve o registro em 18 de novembro de 2004. Atualmente, o País tem dez projetos registrados. Sete projetos em todo o planeta já tiveram créditos de carbono emitidos (Reduções Certificadas de Emissões). Um deles é brasileiro: aproveitamento de metano proveniente de biogás – aterro em Salvador.

No que diz respeito à aprovação nacional pela Comissão Interministerial de Mudança Global do Clima, que analisa a contribuição dos projetos para o desenvolvimento sustentável, até janeiro de 2006, foram aprovados 49 projetos, com uma previsão de redução de emissões de cerca de 13.685.154 toneladas de CO2/ano.

A demanda por créditos de emissão em 2012, segundo projeções especializadas, deve ser de US$ 30 bilhões por ano. Sendo que a fatia de participação brasileira nesse mercado deve ser de, no mínimo, 10%. Em termos de emissões, esse volume representará cerca de 130 milhões de toneladas de CO2 (equivalente) menos na atmosfera. A expectativa, já para 2007, é a de que o mercado de créditos de carbono atinja a casa dos US$ 13 bilhões.
(ERM Brasil - Environmental Resources Management, 20/04/06)

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