Prefeitos e ambientalistas de 14 municípios por onde passa o Guarita iniciaram uma mobilização para tentar salvar o manancial que tem 815 quilômetros de extensão. O rio nasce em Palmeira das Missões e sofre problemas de assoreamento provocado pela destruição da mata ciliar.

Segundo o ambientalista Aldo Ghisolfi, que assessora as prefeituras no projeto de recuperação, é possível observar a ação dos produtos químicos utilizados nas lavouras localizadas nas proximidades das margens. "Dejetos de pocilgas também acabam no leito do rio", afirma.

Conforme Ghisolfi, o Guarita desemboca no rio Uruguai já em Barra do Guarita. Alguns estudos apontam que o manancial apresenta baixa vazão e facilmente, em períodos de estiagem, o nível da água diminui significativamente. O rio tem 66 afluentes e está localizado na microbacia Guarita, que abrange 255 mil hectares, onde vivem 80 mil pessoas.

A Associação dos Municípios de Proteção Ambiental do Rio Guarita (Ampargs) é presidida pelo prefeito de Vista Gaúcha, Valcir Canssi. Ele ressalta que a entidade já está desenvolvendo um trabalho de conscientização com as famílias ribeirinhas para que ajudem a proteger o rio. "Além disso, serão elaborados projetos com o objetivo de garantir recursos do Ministério do Meio Ambiente e também de empresas dispostas a auxiliar a participar desse grande mutirão", diz.

Canssi adverte que "o rio está sumindo lentamente e toda a comunidade é responsável por essa situação". O prefeito de Vista Gaúcha defende a necessidade de uma ação urgente para reflorestar as margens e impedir que dejetos provenientes de pocilgas e resíduos de lavouras continuem a poluir as águas. Canssi também cobra um maior empenho dos prefeitos de municípios que são banhados pelo Guarita.
(CP, 24/04/06)