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2006-04-24
Se o sal de mesa estivesse enriquecido com iodo teria sido possível proteger milhares de pessoas depois do desastre da central nuclear ucraniana de Chernobyl, há 20 anos, informou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). O fato de não ter sido adicionado iodo ao sal deixou as crianças da região especialmente vulneráveis ao câncer de tireóide, segundo um estudo do Unicef. Os lares da Europa oriental e da Comunidade de Estados Independentes (CEI), bloco que inclui várias ex-repúblicas soviéticas, têm “a porcentagem de consumo de sal iodado mais baixa de todo o mundo”, informou por telefone, de Genebra, à IPS Angela Hawke, do Unicef. Por outro lado, 49% dos lares do sul da Ásia consomem sal iodado, assim como 86% dos lares da América Latina e do Caribe, acrescentou Hawke.

Uma dieta que careça de iodo eleva o risco de câncer de tireóide. “Se esta glândula tem deficiência de iodo, em caso de um acidente nuclear capturará o excesso dessa substância que é gerada e isto afetará a glândula tireóide, especialmente nas crianças". Milhares de meninos e meninas contraíram dessa maneira a doença. Muitos sobreviveram “porque o câncer é bastante fácil de tratar”, explicou Hawke. “A glândula pode ser extirpada e se receitar hormônios que substituem suas funções. O paciente terá de receber medicação pelo resto da vida. Não há perigo de morte, mas ninguém gostaria de passar por isso”, acrescentou.

“Entre os grandes números (400 mil pessoas arrancadas de suas terras, cinco milhões em áreas contaminadas, cem mil dependentes de assistência humanitária) se passa por alto em relação às pequenas coisas, como um pouco de iodo a um preço irrisório”, disse Maria Calivis, diretora regional do Unicef para a Europa oriental e central e a CEI. “Para as quatro mil crianças em questão, o sal iodado teria feito a diferença. Muitos teriam se salvado do câncer de tireóide”, acrescentou Calivis, em uma declaração por escrito. O Unicef informou que as áreas afetadas pelo acidente de Chernobyl tinham carência de iodo antes do desastre e ainda hoje.

Apesar dos muitos esforços feitos para legislar sobre o enriquecimento do sal com iodo na Bielorússia, Federação Russa e Ucrânia, o assunto continua sendo objeto de debate. “Depois de 20 anos, não há mais desculpas para que se continue atrasando”, reclamou o famoso enxadrista e embaixador regional do Unicef, Anatoly Karpov. “Enriquecer com iodo o sal é a forma mais efetiva de garantir que todas as crianças tenham a quantidade suficiente deste mineral. Também é a forma mais barata: custa apenas quatro centavos de dólar por pessoa ao ano”, acrescentou. Consumir apenas uma colherzinha de chá de iodo ao longo de uma vida “pode fornecer um alto grau de proteção contra as desordens causadas pela deficiência desse mineral”, prosseguiu.

Os desajustes produzidos pela falta de iodo podem causar atraso mental e reduzir em 15 pontos o coeficiente intelectual de uma população, alertou o Unicef. A carência de iodo é grave para as mulheres grávidas e crianças pequenas, acrescentou. “Mesmo uma carência pequena desse mineral durante a gravidez pode afetar o desenvolvimento do cérebro do freto. Na Europa oriental e central e na CEI, 2,4 milhões de bebês nascem por ano com atraso mental”. O Unicef pede urgência aos governos da Bielorússia, Federação Russa e Ucrânia para que legislem a respeito do enriquecimento do sal com iodo, e ainda trabalha com produtores de sal e com as populações afetadas para aumentar a conscientização quanto à importância deste mineral.

Também apóia a distribuição de informação confiável entre as vítimas do desastre de Chernobyl. Além disso, o Unicef apóia a educação sobre assuntos práticos em escolas e comunidades prejudicadas, para garantir que crianças e jovens tenham informação correta sobre uma variedade de questões, desde drogas até alimentação. “O impacto direto de Chernobyl vai além da saúde. Tem a ver também com os problemas persistentes de saúde e psicológicos produzidos pelos repentinos deslocamentos e a perda dos meios de vida” das vítimas, destacou Calivis. “A informação se traduz em poder. Dar informação concreta permite às pessoas tomarem decisões com bases sólidas sobre sua saúde e a de seus fillhos”, concluiu.
(Envolverde/ IPS)
http://www.envolverde.com.br/materia.php?cod=16488

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