A estiagem volta a ameaçar a região do Alto Uruguai. Apesar de algumas chuvas verificadas neste mês, as precipitações não foram suficientes para recuperar as fontes de água.

Em Marcelino Ramos, a 50 quilômetros de Erechim, na divisa com Santa Catarina, o secretário municipal da Agricultura, Rui Ferri, disse que o período de três meses de validade da situação de emergência terminou em 9 de abril e não foi renovado "porque achávamos que a seca tinha acabado".

Nos últimos dias ressurgiram pedidos de água vindos do interior e na quarta-feira a prefeitura transportava três cargas de 8 mil litros cada para as linhas São Caetano, Santa Bárbara, Santo Antônio e Morro do Ligeiro. O nível do rio Uruguai, porém, é considerado normal, o que revela que as chuvas têm sido boas nas cabeceiras. O problema está mesmo nas fontes do interior.

Os efeitos da estiagem ainda se mantêm em Mariano Moro, que também faz divisa com Santa Catarina. Um caminhão-tanque da prefeitura leva água até três vezes por semana às comunidades de São Domingos e de São Valentim.

Em Barra do Rio Azul a situação também volta a preocupar. São dois caminhões-tanque por dia com 9 mil litros cada, que seguem para as linhas São Pedro, Caçador, Palomas, Beira Cancha e Pinhão. "Até o rio Palomas está secando", disse o secretário de Agricultura, Benildo Trentim. Nas lavouras, apesar das perdas iniciais, as chuvas foram boas, mas o problema é ter água para abastecimento dos aviários, para consumo do gado e dos suínos.

A Prefeitura de Viadutos também retomou o abastecimento com caminhão-pipa em propriedades rurais. O veículo com capacidade para 7 mil litros percorre cerca 150 quilômetros por dia. "Quase não vencemos os pedidos", diz o secretário de Agricultura, Celso Paese.
(CP, 21/04/06)