Mais de 5 mil fazendas e cooperativas de 30 países se comprometeram a eliminar
de suas lavouras o uso de um pesticida pelo menos 60 vezes mais prejudicial à
camada de ozônio do que os gases CFC: o brometo de metila. A decisão faz parte
de um acordo firmado entre os produtores rurais e o PNUMA (Programa das
Nações Unidas para o Meio Ambiente), que vai ajudá-los a vender suas
mercadorias. A agência da ONU apresentará a rede de fazendas para supermercados
interessados em produtos livres do brometo de metila.
O agrotóxico é colocado no solo antes da semeadura, especialmente em
plantações de tabaco, tomates, cebolas, morangos, melões e flores. O brometo
de metila elimina tudo o que é vivo, como insetos, minhocas, bactérias, fungos
e ervas daninhas.
Em 1992, o pesticida foi incluído na lista de substâncias destruidoras do
ozônio na atmosfera, e sua eliminação passou a ser objetivo do Protocolo de
Montreal, o acordo internacional que visa proteger a camada de ozônio. Muitos
fazendeiros, no entanto, se recusaram a deixar de usar a substância, pois
afirmam que as alternativas não menos eficientes ou caras demais. O brometo de
metila é uma das poucas substâncias que ainda não foram retiradas de circulação
após a entrada em vigor do Protocolo de Montreal. Em julho de 2005, o governo
brasileiro, através do Ministério da Agricultura, liberou US$ 2 milhões para
ensinar os agricultores brasileiros a não dependerem da substância.
O objetivo do acordo firmado entre o PNUMA e os fazendeiros, apoiado pela FAO
(Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) e pelo PNUD, é
mostrar que há vantagens em usar uma tecnologia que não afeta a camada de
ozônio e acelerar a eliminação do veneno.
As fazendas e cooperativas que tomarem parte da Parceria Internacional para a
Eliminação do Brometo de Metila já deixaram de utilizar o pesticida ou vão
deixar de usá-lo, gradualmente, até setembro de 2007, quando o Protocolo de
Montreal completa 20 anos.
(Informações da Nasa, 07/04/06)
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