Software para planejamento urbano identifica áreas menos vulneráveis ambientalmente
2006-04-20
Um programa de computador para auxiliar no planejamento territorial e na gestão ambiental do espaço urbano acaba de ser produzido por pesquisadores da Fortgeo, empresa instalada na Incunesp, a Incubadora de Base Tecnológica da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Rio Claro.
Desenvolvido com apoio da FAPESP no âmbito do programa Inovação Tecnológica em Pequenas Empresas (Pipe), o software funciona por meio do cruzamento de imagens de satélite e dados coletados em campo. Por ele, pode-se gerar uma série de documentos cartográficos digitais do município analisado, como mapas da poluição.
“Uma equipe de consultores vai a campo coletar as informações. São anotados dados como os tipos de solos e de rochas da cidade, a profundidade dos aqüíferos subterrâneos e a localização de empresas e indústrias potencialmente poluidoras”, explica o geólogo Fábio Meaulo, autor do projeto.
Informações secundárias também são usadas pelo programa. A lista é formada pelas diretrizes de expansão da cidade, que normalmente constam do plano diretor, além de trabalhos científicos sobre a região e relatórios técnicos de órgãos ambientais. O projeto piloto foi desenvolvido com base em dados de Araraquara, no interior de São Paulo.
Segundo Meaulo, o software pode indicar, por exemplo, locais mais adequados para a instalação de indústrias ou que possam ser utilizados para a criação de novos aterros sanitários. “A identificação das áreas menos vulneráveis do município em termos ambientais é importante para os gestores no momento do planejamento urbano”, afirma.
Ao adquirir o programa com as informações de uma determinada cidade, os gestores locais passam a ter autonomia sobre o software desenvolvido pela Fortgeo. “O programa pode ser facilmente utilizado. Toda a tecnologia é nacional e baseada em software livre. Além de não pagar nada pela manutenção, os gestores podem modificar o conteúdo de acordo com a expansão do município”, explica Meaulo. Mais informações: fortgeo@fortgeo.com.br.
Por Thiago Romero, Agência FAPESP