A China pretende começar a extrair petróleo e gás natural em uma nova zona da jazida marítima de Pinghu, em uma área do mar da China Oriental disputada com o Japão, informou a imprensa nacional. O diretor-geral da companhia Xangai Oil and Natural Gás, Wang Jianhua, cuja empresa faz parte do grupo energético estatal Shenergy, afirmou que as autoridades concluíram as preparações para a produção, a partir de outubro, nessa região conhecida como Bajiaoting, afirmou o jornal "South China Morning Post".

Segundo o jornal, a China está extraindo desde 1999 nos 240 quilômetros quadrados da área de Pinghu, uma das quatro jazidas em disputa com o Japão e sobre as quais os dois países mantêm conversas para acertar a exploração conjunta. Em janeiro, segundo a imprensa, a China National Offshore Oil Corporation (CNOOC) começou a extrair gás, antes de alcançar um acordo na jazida de Chunxiao, outro campo de exploração disputado.

Nos dois últimos anos, a tensão sobre as jazidas disputadas aumentou, com o envio de equipes de prospecção por parte dos dois países, assim como de aviões de espionagem e navios de guerra. O confronto entre China e Japão se deve ao desacordo sobre a fronteira marítima que marca suas respectivas zonas de exploração econômica exclusiva no mar da China Oriental, que são calculadas entre a costa e 200 milhas náuticas mar adentro.

Tanto Pinghu como Chunxiao estão a oeste de uma linha que, segundo Tóquio, delimita sua zona de monopólio econômico, mas que Pequim não reconhece, porque afirma que a zona chinesa se estende até as águas da localidade japonesa de Okinawa. No último episódio da disputa, a China proibiu em 1º de março o tráfego marítimo em uma zona do mar da China Oriental que incluía parte das áreas disputadas, mas ontem Pequim corrigiu as coordenadas da zona de proibição, alegando um "erro técnico".

Isto ocorreu após os protestos do Ministério de Exteriores japonês.
Em 1º de março, a Administração de Segurança Marítima da China proibiu o tráfego marítimo, até 30 de setembro, nas proximidades da jazida de Pinghu, onde estão sendo realizados trabalhos de instalação de encanamentos e cabos. O porta-voz de Exteriores chinês, Qin Gang, disse que, "na realidade, a área de operações (onde a China mantém a proibição, após corrigir as coordenadas) não inclui a área disputada por China e Japão, já que fica dentro das águas territoriais chinesas". "Estamos realizando atividades rotineiras, por isso não vemos a necessidade de informar ao Japão", justificou Qin diante da pergunta de um jornalista japonês.
(EFE, 19/04/06)
http://noticias.uol.com.br/ultnot/efe/2006/04/19/ult1808u63056.jhtm