Análise de solo vai mudar no Paraná
2006-04-20
Agrônomos e produtores devem ficar atentos. A partir de janeiro de 2007, os
laboratórios do Paraná passarão a exibir em seus laudos o teor de matéria
orgânica, e não mais a fração carbono, como é feito atualmente. A informação é
do químico Mário Miyazawa, pesquisador do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar)
e diretor-executivo da Comissão Estadual de Laboratórios de Análises
Agronômicas (Cela), órgão que define procedimentos técnicos e faz o controle de
qualidade nos laboratórios públicos e privados, do Estado.
Do ponto de vista prático, a mudança vai até facilitar a vida dos agrônomos,
diz Miyazawa. Atualmente, chega-se ao teor de matéria orgânica no solo por meio
de cálculos. “A nova apresentação dispensa cálculos, o laudo vai trazer o
total de matéria orgânica já pronto, em g/dm3”, explica o pesquisador.
A mudança tem razões ambientais. De acordo com o pesquisador, os laboratórios
utilizam dicromato de potássio para determinação dos componentes orgânicos do
solo. “É um reagente que contém cromo, um metal altamente poluente”, explica
Miyazawa. No Paraná são feitas cerca de 200 mil análises de solo por ano, o que
consome cerca de cem quilos do reagente e produz em torno de 400 quilos de
resíduos tóxicos.
O problema é a destinação dos resíduos, a legislação impede que eles sejam
lançados no ambiente. Segundo Miyazawa, a opção dos laboratórios tem sido o
acondicionamento em tambores. “Alguns tentam recuperar o cromo por meio de
novos tratamentos químicos, mas é um procedimento caro e pouco compensador”,
avalia.
Para contornar a dificuldade, os laboratórios paranaenses decidiram adotar
outra metodologia – denominada pelos técnicos de “método de incineração” –, que
não gera resíduos tóxicos e, curiosamente, era a prática utilizada até a
década de 50, quando foi abandonada “porque apresentava problemas operacionais,
agora superados graças ao avanço da tecnologia”, explica Miyazawa.
Integram a Comissão Estadual de Laboratórios de Análises Agronômicas (Cela) os
laboratórios: FFALM e Lanasolo (Bandeirantes); Faculdade Integrada (Campo
Mourão); Coodetec e Solanalise (Cascavel); Embrapa Florestas (Colombo);
Maravilha Ltda. (Coronel Vivida); UFPR-Solos (Curitiba); Biosollo (Foz do
Iguaçu); Terranálise (Francisco Beltrão); Laboratório de Química e Física e
Tecsolo (Guarapuava); Embrapa Soja, Iapar e Laborsolo (Londrina); Santa Rita
(Mamborê); Unioeste (Marechal Rondon); Sociedade Rural, UEM-Agronomia e
UEM-Química (Maringá); Lagro (Paranavaí); UFTPR (Pato Branco); Iapar,
Interpartner e UEPG (Ponta Grossa); PUC-PR (São José dos Pinhais); Ghellere
(São Miguel do Iguaçu); Funtec (Toledo); Solo Fértil (Umuarama).
(Cultivar,
19/04/06)
http://www.cultivar.inf.br/default.asp?id=6059