Caingangues enfrentam dificuldades no Morro do Osso
2006-04-19
Após dois anos da primeira ocupação no Morro do Osso, zona Sul da Capital, 26
famílias caingangues fazem parte de um cenário de degradação. Falta água e
saneamento para 117 pessoas, 54 crianças. Segundo o cacique Jaime Kentanh Alves,
a maior dificuldade desde 2004 é viver sob barracos. Com a venda de artesanato
e ajuda de ONGs, o povoado ergueu casas às margens da rua que dá acesso ao
Parque Natural Morro do Osso, com 127 hectares, 50 deles da prefeitura. A tribo
espera a demarcação pela Funai. "Com o povo na aldeia temos direito à terra e
aos programas assistenciais", diz Alves.
O secretário municipal do Meio Ambiente, Beto Moesch, reconhece a precariedade
do local. "Oferecemos no ano passado 10 hectares na área do Cantagalo, mas
recusaram", afirma, lembrando que a proposta ainda vale. Para o secretário, o
Morro do Osso pertence à sociedade e não a um grupo específico. A prefeitura
entrou com liminares na Justiça para impedir construções no parque e retirar
os índios da rua, evitando sua exposição a riscos .
(CP, 19/04/06)