Justiça libera soja geneticamente modificada em todos os terminais de Paranaguá
2006-04-19
A Justiça Federal determinou ontem (18/04) que todos os terminais do porto de
Paranaguá possam armazenar e escoar soja geneticamente modificada. Até agora, a
direção do porto concedeu a apenas uma empresa - a Bunge Alimentos - o direito
de operar com cargas transgênicas.
A decisão obedece a uma liminar, confirmada pelo Supremo Tribunal Federal
(STF) em 10 de abril, que liberou o embarque de transgênicos pelo porto
atendendo a um mandado da Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP).
"A decisão deve ser aclarada para que conste expressamente que todos os
terminais têm reconhecido o direito de armazenar e escoar soja geneticamente
modificada, desde que de forma separada da soja convencional", diz o despacho
da juíza Ana Beatriz Vieira da Luz Palumbo.
Punição mantida
A juíza determinou o cumprimento imediato da ordem judicial e manteve as
punições já estabelecidas em caso de descumprimento, como multa diária de R$
5 mil e uso da Polícia Federal para garantir o embarque da soja nos navios.
Segundo o advogado Cleverson Teixeira, que representa a ABTP, os exportadores
devem retomar a partir de hoje o envio de cargas transgênicas para Paranaguá.
Apesar de ter liberado há uma semana o embarque pela Bunge, o porto de
Paranaguá não movimentou até agora nenhuma grama de soja modificada.
Com a liberação apenas do berço da Bunge, quem aguardava para escoar por
Paranaguá acabou desviando seus caminhões para São Francisco do Sul (SC) ou
utilizou a carga para processar derivados, segundo Teixeira. "O custo de
transferir os contratos para a Bunge seria maior do que mandar para outros
portos", afirma.
O berço 206, operado pela Bunge, é um dos cinco habilitados para operar com
grãos em Paranaguá. Teixeira diz esperar o anúncio de uma nova ordem de serviço
da direção do porto liberando os demais terminais para a exportação de
transgênicos. Procurado, o superintendente do porto, Eduardo Requião, não se
pronunciou.
(GM, 19/04/06)