Brigada Militar intensifica ações de polícia ambiental
2006-04-19
A conversão da atividade policial em instrumento de proteção ao meio ambiente,
mantendo sintonia com todas as instituições comprometidas na defesa do
patrimônio natural, está prestes a completar um ano. A criação do primeiro
Comando Ambiental do Rio Grande do Sul "demonstra a visão de futuro do Governo
do Estado", avalia o coronel Juarez Fernandes de Souza, que atribui a
iniciativa, materializada em junho de 2005, ao processo de modernização pelo
qual atravessa a Brigada Militar.
Souza lidera três subcomandos satélites – instalados em Passo Fundo, Santa
Maria e Xangri-Lá, áreas escolhidas em função da abrangência política,
econômica e social –, divididos em companhias, pelotões e grupos, aos quais
está vinculado um contingente de 400 PMs que cobrem 50 municípios. As demais
localidades são atendidas pelos policiais militares que efetuam o
patrulhamento comum. "Este ano, estamos propondo ao Comando Geral recrutamento
de mais 250 profissionais, mediante contratação de temporários e
reaproveitamento de policiais inativos, para que venham a atuar na proteção de
parques e reservas ecológicas mantidas pelo Departamento de Florestas e Áreas
Protegidas da Secretaria Estadual do Meio Ambiente", antecipa.
A transição de Patrulha Ambiental para Comando Ambiental, de acordo com o
coronel Souza, começou pelas patrulhas ambientais (Patram), seguindo-se os
grupamentos florestais, que evoluíram para batalhões ambientais, até alcançar
um comando estadual único, com assento no Conselho Superior de Oficiais da
Brigada Militar. “As experiências anteriores possibilitam-nos melhorar
constantemente a qualidade do trabalho desempenhado e dar-lhe visibilidade,
para que as pessoas e os potenciais agressores da natureza saibam que o poder
público está atento e pronto a intervir", adverte.
Os batalhões ambientais da Brigada Militar atuam quando acionados, a partir de
denúncias e sempre que for configurado ato criminoso praticado contra o meio
ambiente. "Feito isso, procedemos a fiscalização periódica do alvo da
operação, para verificar se a norma passou a ser respeitada", explica Souza,
acrescentando que a formação do efetivo dá-se a partir de indicações e de
inscrições de voluntários – como aqueles policiais militares que se manifestam
vocacionados à missão e familiarizados com a causa ambiental.
O planejamento estratégico sustenta-se em um recém concluído diagnóstico das
necessidades do Comando Ambiental, que envolveu avaliação – qualitativa e
quantitativa – de recursos humanos disponíveis, da subvenção financeira
reservada no orçamento da Brigada Militar, da manutenção e renovação de
convênios com organismos internacionais (Banco Mundial), empresas privadas,
ONGs, Ministério Público, secretarias de Estado e prefeituras. Tudo isso,
explica o comandante, para desenvolver programas de preservação, operar
ajustes na diretriz operacional, definir instrumentos de relacionamento com o
público e implantar novas unidades, como pelotões nas regiões Noroeste
Colonial, Serra e Centro-Sul. Esse trabalho será intensificado em maio
próximo, com a realização de seminário estadual em Bento Gonçalves, com a
participação de todos os subcomandantes ambientais da Brigada.
Juarez Souza explica, ainda, que o emprego da política de aproximação com o
público vem contribuindo decisivamente para modificar a imagem de dureza da
Polícia Ambiental. O uso combinado dos dois vetores – educação e prevenção –
constitui-se em uma das formas empregadas pelo Comando Ambiental para mudar o
comportamento das pessoas. "A garantia de futuro para o homem começa pela
preservação do ambiente em que vive", afirma.
(Informações do Palácio
Piratini, 18/04/06)