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2006-04-18
Seis variedades de milhos transgênicos aguardam as avaliações da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) para obter a liberalização para plantio e comercialização. Dois dos seis milhos geneticamente modificados são da empresa de biotecnologia norte-americana Monsanto, o outro foi desenvolvido pela Bayer e os três pela suíça Syngenta.

Em janeiro deste ano, análises de laboratórios encontraram milho transgênico em uma de 41 amostras do Rio Grande do Sul. Atualmente tanto o plantio como a comercialização de milho modificado são proibidos no Brasil. Ambientalistas temem que isso sirva como pretexto de fato consumado para uma eventual aprovação do milho transgênico, a exemplo do que aconteceu com a soja. Antes de a variedade transgênica ser legalizada no país, a soja entrou no Brasil por vias ilegais, contaminando cultivos. Uma vez instalada no país, os órgãos competentes optaram por aceitar e legalizar a sua entrada em território brasileiro.

A preocupação de se cultivar milho transgênico é a probabilidade alta de contaminação de lavouras convencionais. A reprodução do milho se dá através da polinização cruzada, ou seja, os grãos de pólen de um milho se transferem e fecundam o milho de um outro pé. Por esse motivo, ambientalistas consideram a facilidade de grãos de pólen de milho transgênico fecundarem milhos não-modificados.

Cientificamente, a polinização cruzada é considerada mais vantajosa, pois possibilita a formação de novas combinações genéticas. Mas quando variedades transgênicas estão envolvidas, o risco de contaminação é iminente.

“O Estado [brasileiro] não tem condições de liberalizar transgênicos e garantir que agricultores, que não os querem plantar, de terem suas lavouras contaminadas. A liberação coloca em risco as variedades orgânicas brasileiras”, afirma Gabriel Fernandes, assessor técnico e agrônomo da Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa (AS-PTA). Fernandes menciona casos de agricultores brasileiros de soja que tiveram que pagar royalties às empresas de biotecnologia sem plantar transgênicos voluntariamente, mas que tiveram suas plantações contaminadas, e alerta que no caso do milho isso seria pior.

De acordo com Fernandes, não existe nenhum estudo no mundo que afirme a viabilidade de coexistência de culturas transgênicas com as convencionais.

O coordenador-geral da CTNBio, Jairo Nascimento, diz que os riscos que os transgênicos apresentam não são motivos para a proibição deles. “As dificuldades criadas em torno de qualquer tecnologia se constitui em atraso”, declara. Segundo Nascimento, a função da CTNBio é propor mecanismos e processos para minimizar esses riscos inerentes à tecnologia em questão.

Era esperado que houvesse novidades sobre as avaliações dos milhos transgênicos na reunião da instituição marcada para hoje e amanhã (18 e 19 de abril). Contudo, Nascimento diz que é difícil prever um prazo para conclusão das avaliações, pois cada relator responsável pelos processos tem até 90 dias para dar o seu parecer. Como os processos foram distribuídos em março, até junho é provável que não haja nenhum resultado.

Atualmente há 547 processos relativos a transgênicos para avaliação da CTNBio. São casos que incluem desde pedidos de pesquisa à alteração de pessoas em processos.

Alertas
Um dos milhos que aguardam a aprovação é o a variedade resistente ao herbicida à base de glifosato, da Monsanto, conhecido como milho Roundup Ready. Uma das implicações do seu cultivo é de haver um fortalecimento das espécies de ervas daninhas que nascem nas plantações. À medida que se aumenta o consumo de herbicida para deter as ervas, aquelas que resistem, reproduzem-se e crescem a cada ciclo mais fortes, exigindo o emprego de mais herbicidas. Esse problema já foi comprovado em culturas de soja transgênica Roundup Ready. Um dos milhos da Syngenta também é resistente ao glifosato.

Gabriel Fernandes alerta que também pode haver problemas para um agricultor que trabalha com rotativa de lavouras de soja e milho transgênicos. Ele explica que após a colheita do milho, as sobras são controladas e exterminadas com o herbicida. Como a planta é geneticamente resistente ao agrotóxico, há riscos de pés de milhos invadirem a colheita nova de soja.

Já o milho transgênico YieldGard - conhecida também como Guardian - da Monsanto e as outras duas variedades da Syngenta são resistentes a insetos nocivos da ordem Lepidoptera, pois todas as suas células produzem ação inseticida a partir da introdução de um gene de proteína de uma bactéria. O ônus que essa espécie pode trazer é o extermínio de insetos benéficos às lavouras e a criação de insetos mais resistentes, os quais o inseticida natural não conseguiu exterminar.

A espécie da Bayer é resistente ao princípio do herbicida à base de glufosinato de amônio.
Por Natália Suzuki, Carta Maior

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