Mobilização pára obras do Conduto Álvaro Chaves
2006-04-17
Pressionada pela mobilização da comunidade, a Prefeitura de Porto Alegre decidiu suspender até amanhã (terça-feira, 18/4) as obras do Contudo Forçado Álvaro Chaves- Goethe no trecho da Marquês do Pombal, entre as ruas Doutor Timóteo e Coronel Bordini. Após uma longa reunião entre moradores e representantes do Departamento de Esgotos Pluviais (DEP) e da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMAM), ocorrida na tarde desta quarta-feira (12/4), ficou acordado a formação de uma comissão para analisar uma rota alternativa.
A comissão, formada por 20 pessoas, pretende retomar hoje (17/4) as negociações. A intenção dos moradores é evitar que a obra continue pela Marquês, pois eles acreditam que árvores, a maioria com mais de 60 anos, não se recuperam dos cortes.“Ainda há tempo para alterar esse projeto”, afirma o engenheiro civil Paulo Vencato, que reside há 25 anos no local. “Não estamos lutando por um pedaço da rua e, sim, por um valor muito maior, uma concepção de cidade”, ressaltou.
Na última terça-feira (11/4), os moradores da Marquês do Pombal realizaram um protesto contra a poda das tipuanas, árvores de grande porte que formam um túnel verde característico da rua. Três árvores já foram podadas em frente ao número 450. Os moradores compreendem os transtornos decorrentes das escavações, como poeira, barulho e barro, mas não toleram perder o que consideram um cartão postal de Porto Alegre.
Os cortes fazem parte do projeto para ampliação das redes de esgoto cloacal e pluvial do conduto. A obra tem como objetivo evitar os alagamentos constantes na Avenida Goethe e em mais nove bairros do entorno.
O diretor da Divisão de Obras e Projetos do DEP, Sérgio Zimmermann salientou que o embargo gera ônus à Prefeitura e ao Banco Internacional de Desenvolvimento (BID), financiador de 66% dos R$ 43,1 milhões investido no conduto. Ele assegurou que a Prefeitura vai ouvir as sugestões da comunidade e tentar encontrar uma saída para a questão. Segundo o arquiteto, qualquer alteração deve ser submetida ao BID.
(Informações do Jornal Já)