Mata Atlântica terá novo mapa
2006-04-17
Pesquisadores, ambientalistas e representantes do Ministério do Meio Ambiente (MMA) se reuniram para dar início ao processo de revisão do mapa de áreas prioritárias para conservação da Mata Atlântica. O mapa atual foi produzido em 1999.
Ele inclui 178 áreas prioritárias, classificadas por diferentes graus de importância biológica. O Decreto Federal 5.092, de 2004, determina que o mapa seja atualizado a cada 10 anos. Mas o MMA optou por iniciar o processo mais cedo.
A Mata Atlântica está reduzida a menos de 8% de sua cobertura original, e o mapeamento é considerado crucial para a conservação do que resta do bioma.
- À medida que nosso conhecimento aumenta, o mapa tem de ser atualizado - disse o coordenador do Núcleo de Biomas Mata Atlântica e Pampas da Secretaria de Biodiversidade e Florestas do MMA, Wigold Shaffer.
- Podemos ter áreas que já sumiram desde 1999, outras que talvez precisem ser ampliadas, assim como novas áreas que não foram identificadas.
Os 60 especialistas se reuniram em São Roque, no interior paulista, e haverá pelo menos três seminários nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste, com participação das comunidades tradicionais e da sociedade. A meta é concluir o novo mapa até outubro.
A seleção das áreas é baseada, principalmente, na ocorrência de espécies ameaçadas e endêmicas (que só ocorrem em um ambiente muito restrito).
A Mata Atlântica é a campeã nesse quesito entre os biomas brasileiros, reunindo 60% e 45% das espécies ameaçadas de fauna e flora do país. O mapa atual define 33% da área do bioma como prioritária para conservação - mais da metade (55%) dela classificada como de extrema importância biológica.
Decreto faz exigência para unidades de conservação
Segundo o decreto de 2004, o mapa de áreas prioritárias deve ser referência obrigatória na criação de unidades de conservação (UCs) e no licenciamento de obras de potencial impacto ambiental.
Hoje, apenas 25% dos remanescentes de Mata Atlântica estão sob proteção legal.
(Diário Catarinense, 16/04/06)