Bolívia acusa empresa brasileira de violar normas ambientais
2006-04-17
O Governo da Bolívia confirmou que a empresa brasileira EBX violou normas ambientais do país, fato que levou à suspensão da licença que a companhia tinha para construir uma siderúrgica em solo boliviano.
O ministro boliviano de Planejamento para o Desenvolvimento, Carlos Villegas, considerou ilegal a obra iniciada pela empresa MMX, filial da EBX, no município de Puerto Quijarro, publicaram nesta sexta-feira os jornais da cidade de Santa Cruz.
Há nove meses, a companhia iniciou a construção de uma siderúrgica na fronteira da Bolívia com o Brasil, em um investimento total avaliado em US$ 220 milhões.
O Executivo boliviano argumenta que a empresa planeja utilizar carvão vegetal para fundir o ferro da jazida Mutún, próxima a Puerto Quijarro, o que provocaria um grave impacto ambiental na região.
Segundo Villegas, a companhia violou a Constituição Política do Estado e normas específicas de proteção do meio ambiente. "Eles sabem disso e admitiram em uma carta com uma proposta de solução enviada ao Governo", declarou o ministro.
As autoridades bolivianas alegam que a EBX quis enganar o Estado boliviano ao instalar-se na zona franca da região, localizada em Puerto Quijarro e no município vizinho de Puerto Suárez, para evadir impostos.
A medida do Governo é rejeitada pelos moradores locais, que ontem realizaram uma manifestação exigindo uma resposta sobre a licença solicitada pela empresa brasileira e ameaçaram adotar outras medidas enérgicas na próxima semana.
A jazida de Mutún, a maior na América do Sul, tem reservas de 40 bilhões de toneladas de minério de ferro, a maior parte na forma de hematita.
Os interessados em explorar a área são a própria EBX, a britânico-holandesa Mittal Steel, a indiana Jindal Steel and Power, o consórcio argentino Siderar-Techint e a chinesa Luneng Shandong.
(UOL Notícias, 14/04/06)