(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
2006-04-13
A quinta edição do Congresso Ibero-Americano de Educação Ambiental, que terminou no sábado (08/04) em Joinville, pôs em debate uma questão que começou a ser sistematizada pela primeira vez na Rio Eco-92: como vincular educação ambiental e políticas públicas? Sistematizadas pela primeira vez na Rio Eco-92, as discussões internacionais sobre educação ambiental têm grande acúmulo, mas quase nada de seu conteúdo traduziu-se em políticas públicas ao longo de todos esses anos. Reverter esse quadro e potencializar as ações concretas em prol da educação ambiental nos governos e nas redes formadas pelas organizações da sociedade civil é um objetivo prioritário, segundo indicaram as discussões travadas pelos cerca de cinco mil participantes do V Congresso Ibero-Americano de Educação Ambiental, que terminou no sábado em Joinville (SC).

Com a missão de “revisitar” o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, elaborado em 1992 no encontro ecológico internacional do Rio de Janeiro, o V Ibero reafirmou os princípios do documento e sugeriu a criação de um Conselho Internacional para organizar o processo de revisão que já está em curso. O ponto alto do Congresso, entretanto, acabou sendo a criação ou o fortalecimento de novas redes, como a Rede dos Países Lusófonos ou a Rede Indígena de Educação Ambiental, entre outras. Os governos dos 22 países presentes também firmaram alguns acordos comuns, como a adoção imediata de uma legislação específica para a educação ambiental nos países ibero-americanos que ainda não a tem.

“O V Ibero serviu como estímulo e apoio à criação de novas redes temáticas de educação ambiental e ao empoderamento da sociedade civil, seus canais de diálogo e espaços de articulação”, avalia Patrícia Mousinho, que representa a ONG Ecomarapendi na Secretaria-Executiva da Rede Brasileira de Educação Ambiental (Rebea). Patrícia lembra que os quatro congressos anteriores foram realizados em países de língua espanhola (dois no México, um na Venezuela e um em Cuba), o que tornou especial o encontro de Joinville: “Foi o primeiro congresso realmente bilíngüe. Sua amplitude também se refletiu no encontro dos lusófonos, que ganhou a adesão dos países africanos de língua portuguesa e acabou se tornando uma coisa além da região ibero-americana”, disse.

Para a coordenadora-geral de Educação Ambiental do Ministério da Educação, Rachel Trajber, a “multiplicidade das ações em rede” foi o ponto alto do V Congresso Ibero-Americano de Educação Ambiental: “Novas redes foram criadas e as que já existiam saíram fortalecidas”, disse. O melhor exemplo desse movimento, segundo ela, é a criação da Rede Indígena de Educação Ambiental: “É uma grande conquista, pois os indígenas também têm que trabalhar a educação ambiental, que deve incorporar os conhecimentos e saberes tradicionais”, disse. Diretor de Educação Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Marcos Sorrentino destaca o avanço das discussões travadas no Congresso: “No primeiro, havia apenas o mapeamento das iniciativas de educação ambiental no mundo e demandas para a sistematização e organização dos educadores ambientais”.

Rachel Trajber e Marcos Sorrentino fazem parte do Órgão Gestor da Política Nacional de Educação Ambiental, responsável pela organização do V Congresso Ibero-Americano. Criado pelo atual governo, o Órgão Gestor é formado pelos Ministérios do Meio Ambiente e da Educação, além de um comitê assessor que inclui representantes de diversas organizações da sociedade civil: “Os outros países ficaram todos interessados nos resultados dessa profunda interação. Vários apontaram a força do Órgão Gestor criado pelo governo brasileiro e elogiaram sua capacidade de trazer para o centro das discussões as questões mais difusas e abrangentes”, conta Rachel.

DISCIPLINA OBRIGATÓRIA
Um dos pontos discutidos no Órgão Gestor brasileiro, segundo Rachel, foi levantado no V Ibero e pode significar um avanço concreto em termos internacionais: “Caminhamos rumo à criação de uma disciplina obrigatória de educação ambiental na formação inicial de professores, licenciaturas e magistério”, disse. No Brasil, a intenção do governo é que a obrigação da existência de uma disciplina específica seja determinada no Plano Nacional de Educação (PNE) que está em fase de elaboração: “Vamos tentar incluir esse ponto no PNE para adotarmos nas escolas do Brasil a transversalidade para os temas ambientais”, disse.

Outro objetivo traçado no V Ibero é alinhar as diretrizes do Tratado de Educação Ambiental com as ações que serão levadas a cabo durante a Década das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, que começou em 2005: “A educação ambiental deve fazer frente aos grandes desafios planetários como as mudanças climáticas, a perda da biodiversidade e a desertificação, mas isso só será possível quando ela for interiorizada no dia-a-dia de cada individuo, de cada grupo social e de cada governo”, avalia Sorrentino.

O importante agora é garantir a continuidade das discussões até as duas importantes reuniões previstas para o Rio de Janeiro em 2007: a Rio+15 (Cúpula Ambiental da ONU) e o 6º Fórum Brasileiro de Educação Ambiental. Para tanto, as organizações da sociedade civil, segundo Patrícia Mousinho, contam com a ajuda do governo brasileiro: “Já enfrentamos no passado o problema das lacunas que deixavam as discussões paralisadas entre um evento e outro. Não podemos esquecer que o Congresso Ibero-Americano é um evento de governo e que sua sexta edição só deve acontecer em 2008 ou 2009, na Argentina. Por isso o apoio do governo brasileiro nesse momento é fundamental. Temos que adotar uma agenda de trabalho que reflita a urgência das discussões sobre educação ambiental”, disse.

LUSÓFONOS E SÃO FRANCISCO
Duas redes que pretendem interferir em temas que estão na moda - a unificação dos países de língua portuguesa e a participação no processo de revitalização do rio São Francisco - também foram destaques do congresso realizado em Joinville. Criada pela internet há um ano, a Rede dos Países Lusófonos teve seu primeiro encontro presencial na cidade do Norte catarinense. Em dois dias de debate, foi discutida a necessidade de se combater a hegemonia dos países anglo-saxões nos estudos e publicações e valorizar a produção em português, entre outros temas.

Seis países participam desta rede (Brasil, Portugal, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe) que deve ter em breve a adesão de Timor-Leste e Angola. Para dar seqüência à ampliação da rede, foi decidida a realização no ano que vem de um Simpósio de Países de Língua Portuguesa, que deverá ter como sede alguma cidade da região da Galícia, na Espanha: “Além de ampliar os horizontes ibero-americanos com a participação dos africanos, a rede agora teve a boa idéia de ampliar os horizontes da lusofonia e realizar um encontro numa região onde o português também é falado”, felicitou Patrícia Mousinho.

Formada por representantes da sociedade e do governo, a Rede de Educação Ambiental do São Francisco vai reunir educadores ambientais que atuem na bacia hidrográfica e queiram tratar de temas como Agenda 21, cultura e educação. Para o coordenador do Programa de Revitalização do São Francisco do Ministério do Meio Ambiente, Maurício Laxe, o processo de educação ambiental nas ações da revitalização do São Francisco deve ser continuado: “A rede deverá ter autonomia para promover encontros e articular discussões sobre os problemas que afetam a bacia, como falta de saneamento e degradação ambiental, entre outros. A educação ambiental constitui instrumento estratégico para concretizar a participação permanente da sociedade na revitalização”, disse.
(Carta Maior, 11/04/06)
http://agenciacartamaior.uol.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=10601

desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -