Furacões Katrina e Rita, degelos no Pólo Sul, secas no Rio Amazonas, ameaças ao desenvolvimento e à vida do homem?
2006-04-17
Os furacões têm sido uma constante no Golfo do México, um dos locais de grande produção petrolífera do mundo. A referida área é responsável, nos USA, por:
a) 28% da produção do óleo cru
b) 19% da produção do gás natural, de 10 bilhões de pés cúbicos, por dia (283.000.000m3, por dia)
c) 47% do refino total dos USA, 17milhões de barris, por dia (um barril = 159 litros)
d) no Golfo existem cerca de 950 plataformas de petróleo de diversos tipos, que produzem 1,5 milhão de barris de petróleo, por dia.
No dia 29 de agosto de 2005, o furacão KATRINA atingiu a costa do Golfo do México, trazendo pânico e morte. Técnicos de seguros dizem que suas perdas podem custar, ao mercado segurador, US$ 25 bilhões de dólares. Em setembro de 2005, o furacão RITA também atingiu a mesma área e foi muito devastador. Ambos os furacões, KATRINA e RITA, afetaram o Setor Energético dos USA, porque destruíram plataformas e obrigaram a parada da produção de petróleo e gás, durante dias.
No caso do RITA, ventos chegaram à velocidade de 165 milhas por hora (270 a 300km/h) e varreram a costa do referido Golfo. Mais de 1,3 milhão de habitantes, moradores da região Galveston - Houston - Corpus Christi, receberam ordens de procurar locais mais seguros. Trinta por cento da produção de óleo e de gás natural foi interrompida, em outubro de 2005, devido aos danos causados pelos furacões. Na ocasião, o USA MINERAL MANAGEMENT SERVICE (Serviço de Administração Mineral dos USA) conhecido por MMS, declarou que foram interrompidos, devido aos furacões:
a) 73,15% da total da produção do Golfo do México, ou seja, 1.097.250 barris por dia
b) 47,1% da produção de gás - 133.293.000m3, por dia.
De acordo com o MMS, mais de 600 das cerca das 953 plataformas do Golfo do México, foram evacuadas, em 23 de setembro de 2005. Não se sabia quantas semanas a mais e qual o montante da produção de óleo e gás seria sacrificado e quantas plataformas e canalizações tinham sido danificadas. O barril de óleo leve atingiu a US$ 68,00 por barril, o mais alto nível em três semanas, enquanto centenas de trabalhadores foram evacuados das plataformas de petróleo.
Perguntas provocadoras aparecem:
- Se o mundo tomasse mais cuidados com o meio ambiente, haveria tais ocorrências como estas?
- Degelos, que ocorrem na direção do Polo Sul, aconteceriam?
- Secas do rio Amazonas continuariam a acontecer?
Viajando ao Pólo Sul, verificamos que geleiras, classificadas como eternas, vão perdendo esta classificação, por conta do aquecimento global. Qual a causa delas? Desde então, fechamentos e rupturas desta geleira têm sido erráticos, por exemplo, em 1952 e 1953 foram consecutivos e nas décadas de 1990 ficaram sem se fechar. A geleira avança 1,7m diariamente, para frente, e 0,45m para os lados, sua frente mede 3km sobre a água, com 50m de altura, e uma dezena de quilômetros de largura.
A última ruptura do dique de gelo, que fecha o Canal de Los Tempanos e obstrui o Brazo Rico, aconteceu às 17:20, de 12 de março de 2004. Vemos a grandiosidade da dificuldade do problema. Em 1947 no mundo, não se cogitava do respeito ao meio ambiente. O mundo tinha saído da Segunda Grande Guerra e sua preocupação era reconstrução e desenvolvimento. Precisou haver na década de cinqüenta, o problema de Minamata, no Japão, com o derrame industrial de dimetil - mercúrio, na Baía de Minamata, e a conseqüente contaminação das pessoas, causando sua morte, para o mundo acordar para o problema ambiental.
Agora, em 2005, nos casos do KATRINA e RITA, a destruição se espalhou de Grand Isle - Louisiania, a Mobile - Alabama. A fúria dos furacões criou uma área de destruição de cerca de 90.000 milhas quadradas (90000 x 2,590 = 233.100km²) e impactou 6.400 milhas de linhas de costa (6.400milhas x 1,652km = 10.572km, uma distância equivalente a cerca de duas vezes do Rio de Janeiro - Santarém, no Pará. Foi uma dos maiores desastres naturais da história americana.
Conforme se viu pelos números, o Golfo do México é um dos grandes pontos fornecedores dos USA na produção de petróleo e o furacão interrompeu a produção dos poços por muitos dias, além da destruição da cidade de Nova Orleans. Ressalte-se que os USA, através da Guarda Costeira, empreenderam a maior operação de busca e salvamento de sobreviventes da história americana, salvando mais de 24.000 pessoas e mais de 9.000 doentes, em hospitais da zona atingida. Para isto, foram usados 43 helicópteros, além de aviões Hercules, com vistas a material de apoio e material de emergência.
O que acontece é que, concluído o salvamento, aparecem outros problemas que são as respostas à poluição e à reconstrução. Houve nestas ocorrências, 4.805 casos de poluição, dos quais 4.245 casos foram satisfatoriamente resolvidos. Em nossa pesquisa, realizada no inverno de 2005, das 56 refinarias da área atingida, 48 voltaram a operar e houve salvamento de mais de 2.900 embarcações.
Usaram-se barcaças, puxadas por rebocadores, para deslocar cerca de 1.000 habitantes da Nova Orleans inundada, para locais mais seguros, barcos da USCG navegaram para salvar pessoas em áreas atingidas pelas inundação. Para se ter uma idéia, em Anápolis, MD, no dia 29.09.2005, uma onda, de altura entre 8 e 14 pés (2,43m e 4,26m) varreu uma área perto da cidade, nas proximidades de uma ladeira da rua principal, o nível das águas subiu a mais de 90m de altura (300 pés).
Na parte ligada às refinarias, houve uma queda de produção de 17%, no terceiro quadrimestre de 2005, devido ao impacto causado às refinarias atingidas pelos furacões KATRINA e RITA. Isto resultou em uma demanda de maior importação, dobrando, aproximadamente, as importações de óleo refinado para os USA. Em nosso Brasil, não se tinha notícia de furacões, até acontecer o CATARINA, que atingiu a costa de Santa Catarina, causando destruição.
No hemisfério Sul, logo depois do KATRINA - RITA, o Rio Amazonas apresentou uma queda de nível, em alguns locais, de mais de 8m, deixando 32.000 famílias ilhadas, com acesso somente pelo ar. A falta de chuvas, caindo de um nível normal de 16,72m para 1,82m, foi o grande fantasma desta vez. Para terminar, lanço a minha pergunta: "Não será o aquecimento global que causa tais mudanças climáticas e danos ambientais? " É preciso andar rápido para defender o mundo todo da destruição, geralmente, causada pelo próprio Homem!
Por Rucemah Pereira
(MB Cursos, 13/04/06)
http://www.mbcursos.com.br/edicao02_rucemah_extra.htm