A última fase da polêmica temporada de caça às focas no Canadá chega ao nordeste de Terra Nova e Labrador. Espera-se que os caçadores massacrem mais 234.000 filhotes de foca em um único dia. Grupos internacionais de defesa dos direitos dos animais estarão presentes para fotografar e filmar a matança, que o governo canadense considera humana e sustentável, uma vez que o país conta com mais de 6 milhões de focas saudáveis.
Uma das mais proeminentes defensoras dos direitos dos animais, Rebecca Aldworth, da HSUS - Humane Society dos EUA, foi proibida de presenciar a caçada por autoridades federais canadenses. "É impensável que tantos animais morram mortes horríveis num intervalo de tempo tão curto", disse ela, em nota distribuída à imprensa. Ela e outros ativistas da HSUS foram acusados, no mês passado, de violar a zona neutra de 10 metros que deveria ser mantida entre o bote dos ativistas e o navio dos caçadores. Aldworth nega.
Caçadores já mataram o número total de focas permitido - 91.000 - na caçada do Golfo de St. Lawrence, que se encerrou na semana passada. Autoridades de caça e pesca informam que de 200 a 300 barcos partiram rumo a Labrador e Terra Nova para a última fase da empreitada.
Os caçadores matarão e esfolarão o maior número possível de animais nesta quarta-feira. Na quinta-feira (13) não haverá caçada: durante o dia, autoridades contarão as peles para determinar se a cota foi atingida. Se o total de mortes permitido não tiver sido atingido, a caça recomeçará na sexta-feira (14/04). Manifestantes do Fundo Mundial pelo Bem-Estar Animal disseram que fotografarão a matança de um helicóptero, e usarão cenas da carnificina para mover uma campanha pelo boicote a produtos canadenses derivados de foca.
(AP / Ambiente Brasil, 13/04/2006)