Melhoria habitacional combate a Doença de Chagas no Rio Grande do Sul
2006-04-13
Um programa de melhoria habitacional implantado no Rio Grande do Sul em zonas
que apresentam fatores de risco para a Doença de Chagas torna as residências
seguras à não infestação do barbeiro, inseto transmissor da enfermidade. O
programa, uma parceria entre Secretaria Estadual da Saúde e Fundação Nacional
da Saúde, já beneficiou mais de 1.200 famílias desde 2001 e foi apresentado
com destaque no III Seminário Internacional de Engenharia e Saúde Pública
ocorrido em Fortaleza no final de março.
A implantação do programa ocorreu na Região Noroeste do Estado, onde ainda
existem resíduos de infestação pelo barbeiro. Cerca de 40 municípios gaúchos
ainda apresentam o problema. O Centro Estadual de Vigilância em Saúde faz um
levantamento epidemiológico das regiões, diz a técnica da Vigilância Ambiental
em Saúde, Célia Lammerhirt, e, a partir daí, são escolhidas as localidades
prioritárias. Os critérios têm como base os índices de infestação do inseto e
dados técnicos como: existência de habitações que necessitam das melhorias e
viabilidade. As residências são reconstruídas ou reformadas, conforme a
necessidade.
Em 2001, foi realizado um inquérito sorológico em crianças de 0 a 5 anos de
188 municípios do Estado, que foram sorteados, e foi encontrada uma prevalência
de 0,3%. Os casos podem ser congênitos, diz Célia, pois todas as mães destas
crianças também tiveram a sorologia positiva. A Doença de Chagas crônica não é
de notificação obrigatória, apenas os casos agudos, e estes há muito tempo não
se tem notificação no estado. Ano passado, o Rio Grande do Sul recebeu a
Certificação da Eliminação da Transmissão Vetorial da Doença de Chagas,
outorgado pela Comissão da Iniciativa Intergovernamental do Conesul (INCOSUR).
Um trabalho educativo e oficinas são realizados com os moradores, que são
orientados a colocar telas nas janelas das casas, mata-juntas nas partedes
internas e externas, a manter peças da casa ventiladas e iluminadas, além de
evitar acúmulo de entulhos nos arredores da casa, explica a coordenadora do
Serviço de Arquitetura e Engenharia da SES, Marta Grecelle. Os técnicos da SES
preenchem um inquérito domiciliar, com as condições da moradia – material de
construção, condições de segurança e conservação, e do seu entorno: galinheiro,
pocilga, estrebaria, galpão e paiol, entre outros.
Os dados servem de base para a elaboração dos projetos de melhoria, respeitando
a cultura, a realidade local e o tamanho da residência, e a avaliação é
contínua. Os projetos são elaborados pelos municípios e encaminhados para a
aprovação da Funasa. O acompanhamento da obra é feito por visitas técnicas,
quando são preenchidos relatórios com cronograma das etapas. Todo o o trabalho
é feito com a integração entre os gestores do SUS.
(Informações do Governo
do RS, 12/04/06)
http://www.rs.gov.br/