Moradores conseguem parar obra do Conduto Álvaro Chaves Goethe
2006-04-13
Moradores da rua Marquês do Pombal conseguiram ontem (12/04) suspender as obras
do Conduto Álvaro Chaves Goethe. A medida irá vigorar até que haja uma reunião
entre técnicos do Departamento de Esgotos Pluviais (DEP) e a comissão formada
ontem pelos moradores. A intenção é avaliar se existe uma rota alternativa para
as galerias do conduto, evitando que este passe pela Marquês do Pombal. Caso
não seja possível, deverá ser analisada uma forma de evitar a poda das tipuanas,
já que a escavação da rua para a colocação da galeria exige o corte dos galhos
e das raízes.
A suspensão foi acertada durante reunião dos moradores com representantes do
DEP e da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam). Os representantes da
prefeitura foram recepcionados por cartazes afixados nas árvores com dizeres
como "Porto Alegre é demais, a Marquês não é mais". Na terça-feira (11/04),
três tipuanas de grande porte foram podadas.
As biólogas responsáveis pelo monitoramento das obras, Cristina Bernardes e
Cintia Almeida, explicaram que a poda é necessária para garantir que as árvores
não tombem quando for feita a escavação. No entanto, os moradores questionam
a necessidade de a obra passar pela via. O diretor-geral substituto do DEP,
Sérgio Zimmermann, disse que foram feitos estudos na tentativa de evitar que o
conduto passasse pala rua, mas não encontraram alternativas.
O engenheiro civil Paulo Vencato, morador da Marquês do Pombal há 25 anos e
integrante da comissão, acredita que haverá alternativa. "Não precisamos
submeter as árvores à técnica. Esta é que tem de se adaptar ao meio ambiente.
A engenharia consegue solução para tudo", afirmou Vencato.
O secretário municipal do Meio Ambiente, Beto Moesch, considerou positiva a
reação dos moradores, mas afirmou que esse tipo de conflito é resultado da
falta de planejamento de Porto Alegre. O projeto inicial previa que fossem
retiradas 1.070 árvores, número que foi reduzido para 315. Estimativas atuais
apontam que serão ainda menos.
(CP, 13/04/06)