México punirá Monsanto por plantio transgênico ilegal
2006-04-13
O Governo mexicano afirmou na quinta-feira (13/04) que punirá a multinacional Monsanto por cultivar no estado de Sonora algodão geneticamente modificado sem autorização. A Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Semarnat) noticiou a descoberta e informou que se tratam de "várias fazendas" localizados nos municípios de Bácum e Sán Ignacio Río Muerto.
O secretário do Meio Ambiente, José Luis Luege, enviou um ofício à Secretária de Agricultura do México (Sagarpa) "para que tome as medidas necessárias de acordo com o estabelecido na Lei de Biosegurança e Organismos Geneticamente Modificados", diz a nota. Além disso, pediu que a Procuradoria Federal de Proteção ao Ambiente (Profepa) haja "imediatamente" para que uma visita de inspeção seja realizada e as acusações comprovadas.
Segundo Semarnat, a sementeira ilegal para produzir algodão geneticamente modificado da Monsanto fica em uma área de pouco mais de 100 hectares, no sul de Sonora, em uma área onde se autorizaram mais de 3.000 hectares para a semeadura deste tipo de cultivo em 2006. A Monsanto conseguiu permissões para a plantação de algodão transgênico em áreas localizados em outros municípios de Sonora, inclusive os de Cajeme e de Benito Juárez.
O México usa algumas espécies de sementes geneticamente modificadas, que dão à planta maior resistência ao ataque de pragas, como o verme rosado, e maior tolerância à exposição de herbicidas. O coordenador da campanha de transgênicos do Greenpeace no México, Gustavo Ampugnani, disse à EFE que esta é a primeira vez que "uma autoridade ambiental denuncia que uma empresa tem um cultivo geneticamente modificado ilegal".
Segundo Ampugnani, é "bom que a informação seja bastante divulgada, pois o cultivo de sementes transgênicas é a principal fonte de contaminação entre plantas modificadas e as que não são". O especialista disse que espera que "a punição seja exemplar" e se mostrou surpreso pela decisão da Semarnat, porque, "em se tratando de transgênicos, há uma falta de transparência absoluta e esta denúncia mostra que a autoridade ambiental está realizando bem seu trabalho". No México, o plantio de produtos geneticamente modificados só é autorizado para o algodão e para a soja.
(EFE, 12/04/06)
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