Instituições científicas estudam região Xingu-Tapajós da Amazônia
2006-04-13
A região Xingu-Tapajós, ameaçada pelo garimpo de ouro, madeireiras e projetos agropastoris, começa a ser protegida, a partir de maio, por uma rede formada por oito entidades de pesquisas, que vão elaborar estudos dos seus sistemas ecológicos. O objetivo é orientar políticas para promover o desenvolvimento sustentável da Amazônia brasileira.
O estudo da ecorregião formará um banco de dados com informações sobre o meio físico, biótico e abiótico, geologia, solos, geomorfologia, vegetação, hidrologia, qualidade das águas fluviais, clima e biogeografia de organismos aquáticos, em especial, peixes, moluscos e insetos.
O Centro de Tecnologia Mineral (Cetem) vai coordenar a rede multidisciplinar de pesquisa, que envolve o Centro de Ecologia e o Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, o Departamento de Zoologia e o Laboratório de Ictiologia da Universidade Rural da Amazônia, a Fundação Oswaldo Cruz, a Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais (CPRM/MME) e os Batalhões de Selva do Exército.
A região, atravessada pela rodovia Transamazônica, tem cerca de 1 milhão de quilômetros quadrados, abrange 30 municípios e é habitada, sobretudo, por povos indígenas. Abrigando um impressionante nível de biodiversidade, e de recursos minerais e hídricos, ela é ameaçada tanto pela urbanização sem controle, quanto pela exploração de madeiras e de ouro, o que tem gerado inúmeros conflitos.
O grupo de pesquisa escolheu estudar a ecorregião Xingu-Tapajós por se tratar de área localizada na Amazônia brasileira, de "profundo interesse científico por pesquisadores nacionais e internacionais, possibilitando a associação e integração de múltiplas instituições brasileiras". Serão investidos no projeto R$ 320 mil, recursos oriundos do Fundo Setorial de Recursos Hídricos (CT-Hidro), do Conselho Nacional de Estudos e Pesquisas (CNPq/MCT).
(Jornal do Brasil Online, 12/04/06)