Prefeitura de Novo Hamburgo trabalha para conter fumaça na Central de Inertes
2006-04-12
O incêndio na Central de Inertes, no bairro Rondônia, modificou a rotina de
alguns moradores hamburguenses. Uma intensa cortina de fumaça encobriu alguns
bairros e provocou preocupação na comunidade das proximidades, que tem
enfrentado problemas como irritação nos olhos e tosse. O depósito, que reúne
materiais de descarte da construção civil e restos de podas, começou a pegar
fogo na sexta-feira passada (07/04), depois que três jovens foram vistos
invadindo a área. Ontem (11/04), funcionários da Secretaria Municipal de Meio
Ambiente (Semam) estiveram avaliando o local e controlaram os focos com uma
retroescavadeira.
“O fogo está controlado, embora ainda exista a fumaça. O problema é que o
tijolo quente em contato com a madeira começa a queimar e não cria chamas, mas
fumaça”, destaca o agente ambiental da Semam André Henrique Breitenbach. Ele
explica ainda que as equipes começaram a molhar a terra porque os focos se
concentram no chão, embaixo dos resíduos, e se faz necessária a separação dos
materias de construção das madeiras, que estão provocando a fumaça. “A área
está tão quente que até vidros foram derretidos”, revela. Uma área de cerca de
3 mil metros quadrados com material de entulho foi atingida. Em novembro do
ano passado, aproximadamente 500 metros quadrados da Central de Inertes foram
incendiados e os bombeiros apagaram o fogo em pouco mais de três horas.
CAIXÕES - Os três caixões encontrados por funcionários da Prefeitura em meio
aos dejetos depositados na central, conforme Brei- tenbach, foram descartados
no local irregularmente e, após controlados os focos de incêndio, a Semam irá
investigar de onde vieram. “Os cemitérios, por exemplo, têm autorização para
despejar na central entulho, vasos e flores, não caixões.”
Irritação nos olhos e tosse foram alguns dos sintomas relatados por moradores
próximos. “Eu estava viajando a trabalho e retornei na segunda-feira. Não
entendia o porquê daquela fumaça toda, até que fui informada. Meu neto de 6
anos não parou de tossir durante a noite e sentimos uma coceira nos olhos”,
conta a empresária Sirlei Oliveira, 54 anos, residente no bairro Ouro Branco.
Sua sócia, a empresária Doraci Biz, 54, sentiu os efeitos do incêndio também
em seu bairro, o Liberdade.
De acordo com a pneumologista Siegrid Janke, do Centro de Especialidades de
Hamburgo Velho e do Programa de Controle e Tratamento da Tuberculose na Casa
da Vacina, a poluição ambiental somente pode causar irritação de olhos e de
garganta, provocando tosse durante exposição da fumaça, sem maiores
conseqüências para a saúde. “As pessoas não precisam se preocupar”, reforça.
(Jornal NH, 12/04/06)