O maior produtor mundial de celulose branqueada de eucalipto, a Aracruz, confirmou na manhã de ontem (11/04) a ida para São Gabriel. A empresa promete um investimento de cerca de R$ 80 milhões na compra de terras, maquinários, treinamento e plantio de árvores, sua principal matéria-prima. Serão oferecidos 600 empregos diretos.

A produção na fábrica da Aracruz, em Guaíba, aumentou cerca de 10% este ano, o que obrigou a empresa a expandir as áreas de plantio. São Gabriel foi escolhida por ter áreas disponíveis e por sua posição geográfica. A idéia é levar a carga de caminhão até Cachoeira do Sul e despachar por barco até Guaíba.

- Precisamos reduzir custos, e isso vai ser feito pela forma de transporte. Nossa produção será feita metade por rodovia e metade por hidrovia - diz o gerente regional florestal da unidade de Guaíba, Renato Rostirolla.

O cadastro para os interessados nas vagas de emprego começa assim que a Aracruz definir o prédio onde irá instalar seu escritório, o que será feito até o fim do mês. Dos 15 mil hectares que serão comprados, 5 mil serão destinados a reservas ambientais. Dos 10 mil que sobram para plantio, 8 mil devem ficar no distrito de Batovi. O restante tem a chance de ser arrendado. O presidente do Sindicato Rural de São Gabriel, Tarso Teixeira, recebeu a notícia com otimismo.

- Os produtores foram castigados pela estiagem e não viam alternativas para sair da crise financeira. Agora, as terras irão valorizar - diz Tarso.

Segundo o presidente do sindicato, a cada hectare arrendado, será pago o equivalente a 120 quilos de boi vivo por ano, o que hoje vale R$ 193,90. Serão exigidos, no mínimo, 20 hectares por propriedade.

Não será exigida experiência no trabalho
O salário pago pela Aracruz não deverá ser inferior ao mínimo regional (R$ 374). E não será exigida experiência na área. O treinamento vai preparar os novos funcionários para que atuem em mais de uma função: desde preparo da terra, combate a formiga, adubação até abertura de estradas. Desta forma, haverá emprego garantido o ano todo. As contratações só ocorrerão depois que a Fepam der o ok no projeto de licenciamento ambiental.
(Diário de Santa Maria, 12/04/06)