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2006-04-12
Localizado entre a Sibéria e o Alasca, o Mar de Bering, um dos principais locais de alimentação de baleias, morsas e aves marinhas, está se aquecendo de tal maneira que os animais estão sendo forçados a se adaptar ou podem desaparecer. A metade localizada mais ao norte do Mar de Bering tipicamente era coberta por gelo sólido durante sete meses ao ano, mas agora há menos gelo em toda parte. O derretimento sazonal está iniciando mais cedo na primavera, disse Jacqueline Grebmeier, uma especialista em ecologia marinha da Universidade do Tennessee, em Knoxville (EUA).

Alguns animais, como a baleia cinza, estão se movendo mais para o norte, seguindo a água mais fria. Enquanto o salmão, tipicamente encontrado no sudeste do Mar de Bering, também está se movendo para o norte. Outros animais do norte do Mar de Bering talvez não consigam se adaptar o suficiente para sobreviver. Esta pesquisa foi publicada na edição online do Science Express. O aquecimento do Mar de Bering está acontecendo devido às mudanças climáticas e ao enfraquecimento dos ventos frios do norte que sopram nesta área, afetando a sua temperatura. A cobertura de gelo durante a primavera está diminuindo na região cerca de três semanas antes, comparando com 1997, disse Grebmeier. As informações coletadas demonstram que a temperatura do fundo mar aumentou de -1.6ºC no início dos anos 90 para 0ºC em 1998.

Resumindo, Grebmeier disse que a região está mudando de um ecossistema Ártico para outro que parece ser subártico. Para subsidiar a discussão sobre o aquecimento global, cientistas americanos registraram um aumento significativo na concentração de dióxido de carbono na atmosfera, fazendo com que um nível recorde fosse atingido.

Descoberta Surpreendente
Os dados obtidos mostram que a concentração de CO2 já chega a 381 partículas por milhão (ppm) - 100ppm acima da média registrada antes do período de industrialização. A pesquisa indica que houve, em 2005, um dos maiores aumentos já verificados. O analista de dióxido de carbono da Administração Nacional Oceanográfica e Atmosférica dos Estados Unidos (Noaa, na sigla em inglês), Pieter Tans, disse que os dados confirmam uma tendência preocupante: a de que, nos últimos anos, as taxas de aumento registradas têm sido o dobro das existentes 30 anos atrás. "Nós não vemos nenhum sinal de queda. Na verdade, nós estamos vendo o oposto, o ritmo de aumento tem se acelerado", afirmou Tans.

Outra recente preocupação em relação ao aumento da temperatura global é o ozônio. A poluição gerada pelo ozônio no hemisfério norte, desencadeada por fábricas e veículos que queimam combustíveis fósseis, é um dos principais fatores do dramático aquecimento da região do Ártico, segundo cientistas da NASA. A descoberta é surpreendente, já que o ozônio tem sido considerado como um ator muito pouco importante no estudo das mudanças climáticas globais, segundo Drew Shindell, cientista pesquisador do Goddard Institute for Space Studies da NASA.

O ozônio troposférico, encontrado em níveis mais baixos da atmosfera, segura o calor, ao contrário do ozônio encontrado em altitudes mais elevadas que forma uma camada protetora contra os raios solares. O ozônio troposférico era visto como bastante perecível, e por isso um fator pouco importante, disse ele. Entretanto, um novo estudo das mudanças climáticas realizado com base nos últimos 100 anos, indica que o ozônio pode ser responsável por até 50% do aquecimento da região do Ártico. Isto ocorre porque muitas das nações mais industrializadas do mundo estão localizadas no Hemisfério Norte, e a latitudes relativamente elevadas. Isto significa que o ozônio produzido nestes países é levado por ventos para o norte e para leste, em direção ao Circulo Ártico, onde fica acumulado, contribuindo para o aquecimento da região.
(Informativo mater natura, 11/04/06)

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