Nova técnica cria plantas que retiram veneno do solo
2006-04-12
A poluição ambiental por arsênico é um problema sério e vem crescendo especialmente no subcontinente indiano. Pesquisadores da Universidade da Georgia usaram, há muitos anos, técnicas genéticas para criar plantas que absorvem arsênico e que poderiam ser plantadas em sítios poluídos. Porém, houve um problema. O arsênico retirado do solo permaneceu em grande quantidade nas raízes da planta, tornando difícil a remoção e eliminação segura. Agora, a equipe de pesquisa, liderada pelo geneticista Richard Meagher, descobriu uma maneira de levar o arsênico das raízes para as folhas.
"Altos níveis de arsênico no solo e na água potável foram registrados ao redor do mundo", disse Meagher, "mas a situação é pior na Índia e em Bangladesh, onde cerca de 400 milhões de pessoas correm o risco de serem envenenadas por arsênico. Infelizmente, o alto custo faz com que as tecnologias convencionais se tornem inaceitáveis para a limpeza dessas vastas áreas. Como resultado, a maioria esmagadora dos sítios contaminados por arsênico não está sendo despoluída", afirma.
A OMS - Organização Mundial de Saúde prevê que a exposição a longo prazo ao arsênico poderia atingir proporções epidêmicas. A OMS disse que uma a cada dez pessoas no norte da Índia e em Bangladesh pode morrer de doenças resultantes do envenenamento por arsênico.
A nova estratégia é parte do que os pesquisadores chamam de fitomedicação - a limpeza de solos poluídos através do uso de plantas que absorvem venenos, tornam-nos menos perigosos, e que podem ser, assim, removidas - e tem potencial para ser usadas em milhões de acres de terras poluídas por arsênico em todo o mundo. Com a nova tecnologia, parece possível criar árvores, arbustos e até gramíneas para absorver arsênico. A pesquisa acaba de ser publicada na revista PNAS - Proceedings of the National Academy of Sciences.
(Estadão Online, 11/04/06)
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