Conduto Forçado Álvaro Chaves-Goethe impõe a poda de tipuanas
2006-04-12
Três tipuanas de grande porte foram podadas ontem à tarde na rua Marquês do Pombal, gerando protesto dos moradores da rua e do entorno. A poda foi adotada para que as árvores não tombem durante a escavação das obras do Conduto Forçado Álvaro Chaves-Goethe.
Todas as árvores da Marquês do Pombal no trecho entre as ruas Dr. Timóteo e Coronel Bordini deverão ser podadas, informou o diretor-geral substituto do Departamento de Esgotos Pluviais (DEP), Sérgio Luiz Duarte Zimmermann. A bióloga Cristina Bernardes, uma das responsáveis pelo monitoramento ambiental das obras, disse que também será feita a poda das raízes.
Os moradores da Marquês do Pombal ficaram inconformados com a poda. O engenheiro civil Paulo Vencato, que mora na rua há 25 anos, se disse estupefato com a ação. "Com tantas ruas para escolher em Porto Alegre, foram escolher um cartão-postal", afirmou. O morador reclamou que a comunidade não foi avisada sobre a poda. "Escolheram mal a rua para passar a galeria, foi um equívoco. Tecnicamente não há argumento para isso", afirmou.
Zimmermann informou que o DEP estudou outras alternativas de rota do conduto, como a avenida Cristóvão Colombo e a rua Marquês do Herval. "Foram feitas todas as alternativas, mas qualquer outra via comprometeria a capacidade de escoamento de água do conduto", explicou. Segundo ele, se o conduto passasse por outra rua, haveria o risco de não escoar toda a água. A galeria que será colocada na Marquês do Pombal mede 3,75 metros de largura e 2,6 metros de altura. Também será feito o remanejo, para as calçadas, dos esgotos cloacal e pluvial, hoje no meio da rua.
Quando for concluída a poda das tipuanas no trecho, será feito o esteiamento das árvores, ou seja, serão presas por cabos de aço ao chão, a fim de evitar que caiam. Cristina Bernardes ressaltou que a poda foi adotada para evitar a retirada das árvores. Ela garantiu que, no futuro, as árvores voltarão ao porte atual, embora tenha admitido que a poda da raiz acarreta em malefícios para a vegetação.
(CP, 12/04/06)