Projetos do IBJ têm apoio da Aracruz e Veracel
2006-04-12
As baleias Jubarte ganharam destaque na abertura do Vitória 2006, como tema de uma palestra que mostrou a importância da parceria entre o Instituto Baleia Jubarte (IBJ) e as companhias produtoras de celulose Aracruz e Veracel. Após a abertura oficial do evento, o coordenador do IBJ de Caravelas (BA), Eduardo Camargo, falou sobre a adequação das rotas de navegação das barcaças que transportam eucalipto às atividades de pesquisa e conservação dos cetáceos no banco dos Abrolhos, no Sul da Bahia.
Em 2001, por conta da instalação dos terminais marítimos para transporte de madeira da Aracruz, em Caravelas, e da Veracel, em Belmonte, o IBJ assumiu a execução do monitoramento de cetáceos sob influência da operação das barcaças. O objetivo inicial, segundo Eduardo, era avaliar os riscos que a atividade poderia representar para a baleia jubarte, entre outros cetáceos, além de identificar as rotas de menor impacto.
Para proteger os cetáceos que usam o maior banco de corais do Atlântico Sul como área de reprodução, o IBJ desenvolveu programas de monitoramento aéreo e embarcado, resgate de mamíferos, além de cruzeiros de pesquisa e o projeto Boto Sotalia. Segundo Eduardo, o monitoramento aéreo é realizado anualmente durante o pico da temporada reprodutiva, em meados de setembro, o que permitiu realizar a estimativa populacional e a distribuição das baleias Jubarte.
Já os cruzeiros de pesquisa são complementares ao monitoramento aéreo e fornecem informações de comportamento que são utilizadas para refinar as estimativas. O monitoramento embarcado é realizado por dois observadores de bordo que acompanham a barcaça de transporte de eucalipto com o objetivo de avaliar a taxa de encontro com as baleias, além de prevenir possíveis choques.
O projeto Resgate de Mamíferos monitora os encalhes de animais vivos e mortos ao longo de toda a rota das barcaças. O programa tenta determinar as causas dos encalhes dos animais, avaliando possíveis atropelamentos. O projeto Boto Sotalia monitora a ocorrência e comportamento da espécie nas áreas de influência das barcaças.
"A parceria entre o IBJ e as indústrias de celulose Aracruz e Veracel são fundamentais. Isso mostra a importância biológica daquela região", disse Eduardo. Após uma rápida apresentação do IBJ, o palestrante falou sobre o funcionamento das modalidades de monitoramento, os resultados alcançados, além de explicar os critérios que determinaram as rotas de menor impacto para as barcaças de eucalipto.
IBJ - O Instituto Baleia Jubarte é uma ONG, associação sem fins lucrativos, criada em 1996 em Caravelas (BA), com o objetivo de desenvolver atividades de pesquisa e conservação da baleia Jubarte. Atua na região do Banco dos Abrolhos, principal área de reprodução da espécie. A partir de 2002, com a instalação de uma nova base de pesquisa na Praia do Forte (BA), vem monitorando também a região do litoral norte de Salvador.
(CeluloseOnline, 10/04/06)