Previsões indicam que Pantanal não terá período de seca
2006-04-12
As previsões iniciais indicam que não será desta vez que o Pantanal entrará
num novo ciclo de seca conforme o registrado nos anos de 1963 a 1973. A nova
fase só seria caracterizada nesse ano, caso o nível máximo no Rio Paraguai
fosse inferior a 4 metros, como o ocorrido no ano passado quando a marca foi de
3,29 metros.
O nível das águas do Rio Paraguai no Pantanal segue em elevação, entretanto a
cheia desse ano deve ser pequena. Esse é o primeiro levantamento de 2006
realizado pela Embrapa Pantanal (Corumbá-MS), unidade da Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária-Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento. No dia 7 de abril, o Serviço de Sinalização Náutica
d Oeste do 6º Distrito Naval da Marinha do Brasil informou que o nível na régua
ladarense era de 3,10 metros.
Esse período de subida das águas constitui a fase de enchente, e nesse período
é comum a movimentação de vegetações flutuantes, conhecidas regionalmente por
“camalotes” ou “baceiros”. A fase de enchente culmina com o nível máximo anual,
também denominado de pico de cheia. Em relação à média histórica dos anos de
1900 a 2004, o nível atual encontra-se 18 centímetros abaixo do normal para
essa data que registra média de 3,28 metros.
De acordo com o método probabilístico desenvolvido pela Embrapa Pantanal, as
chances do nível máximo da cheia desse ano ser igual ou superior a 4,50 metros
são de 65%. Já as chances do pico dessa cheia ser igual ou maior que 5,0
metros são de apenas 29%. Assim, para o pesquisador da Embrapa Pantanal, o
hidrólogo Sérgio Galdino, a expectativa é que nos próximos meses, o nível
máximo do Rio Paraguai, medido na régua de Ladário deverá ficar compreendido
entre 4,50 e 4,99 metros, semelhante às cheias ocorridas nos anos de 1998 a
2000, cujos picos oscilaram entre 4,60 e 4,66 metros.
Diante da possibilidade de uma cheia pequena, a atividade mais beneficiada,
será a pecuária bovina praticada nos campos marginais do Rio Paraguai no
Pantanal sul-mato-grossense. Os animais, além da maior oferta de pasto nativo,
também não terão que se deslocar das partes mais baixas para áreas mais seguras
da inundação. Galdino ressalta que a última vez que os produtores rurais dessa
região tiveram que remover a maioria dos seus animais para áreas mais altas,
foi no ano de 1997, quando a cheia no Rio Paraguai, registrou a marca de 5,69
metros na centenária régua ladarense.
Previsões
Novas previsões sobre a cheia de 2006 deverão ser disponibilizadas pela
Embrapa Pantanal, através do seu site na internet (http://www.cpap.embrapa.br/).
Interessados em acompanhar o comportamento dos Rios Paraguai e Cuiabá, no
Pantanal, com antecedência de até quatro semanas, podem acessar as previsões
semanais da Companhia de Pesquisa em Recursos Minerais (CPRM), através do
seguinte endereço: http://www.cprm.gov.br/rehi/pdf/prev.pdf.
(Embrapa, 11/04/06)
http://www.embrapa.br/noticias/banco_de_noticias/folder.2006/foldernoticia.2006-04-03.3722359657/noticia.2006-04-11.7250396328/mostra_noticia