Inspetoria combate morcego hematófago em Gramado
2006-04-11
A Inspetoria Veterinária de Gramado realizou, na última semana, uma vistoria em seis habitats (cavernas, frestas e furnas) do interior do município, para identificar a presença de morcegos hematófagos, que se alimentam de sangue. Essas inspeções são realizadas a cada seis meses, com auxílio do Núcleo de Controle da Raiva de Herbívoros, de Porto Alegre, sobre o comando do doutor Nilton Antônio Rossato. Em Gramado o responsável pela manutenção deste trabalho é o médico veterinário Flávio Wender.
Nesta última vistoria foram encontrados morcegos hematófagos, porém não há focos de raiva nos herbívoros da região. Segundo Wender, o morcego se alimenta de sangue, no entanto, não está transmitindo a doença por não estar contaminado. “Em Gramado não há registro de raiva de herbívoro desde 1987, mas o trabalho tem que ser continuado para se manter extinto”, revela.
Mesmo não havendo foco de raiva no município os médicos-veterinários precisam combater os morcegos hematófagos existentes. Com o auxílio de uma rede imperceptível ao sensor que o animal possui (o morcego enxerga mal, porém possui uma espécie de radar que funciona através de ondas ultrasônicas e localiza obstáculos) os inspetores conseguem capturar alguns animais e aplicar-lhes uma pomada à base de wafarina.
O morcego é solto e volta para seu habitat; por ser um animal higiênico ele se lambe e entra em contato com os demais. Esta pomada causa a morte do animal através de hemorragia, e por conseqüência, a dos outros que mantiveram contato com o morcego capturado. “Cada morcego pego causa a morte de outros 20 em média, é desta maneira que conseguimos manter tudo sobre controle”, observa o veterinário Flávio.
A raiva de herbívoro é causada por um vírus que afeta o sistema nervoso e não tem cura. Ataca caninos, felinos, eqüinos, bovinos, suínos e seres humanos. Sua transmissão se dá através da mordida do morcego, no contato com a saliva dele para o animal o contaminando. Alguns sintomas da doença são nervosismo, fraqueza e paralisia dos membros, dentre outros. A morte acontece cerca de quatro a seis dias após o início dos sintomas.
(Jornal de Gramado, 07/04/06)