Bush tenta minimizar "ameaça" de ataque contra o Irã
2006-04-11
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, afirmou na segunda-feira (10/04) que são apenas "conjecturas" as informações difundidas pela revista "New Yorker", que denunciou um suposto plano norte-americano de atacar, usando armas atômicas, as instalações nucleares iranianas. "São apenas conjecturas, do tipo que circula muito aqui em Washington", disse o presidente em um encontro com estudantes da universidade John Hopkins.
Pouco antes, o porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan, negou as informações da reportagem e disse que Washington usará a via diplomática nos atritos pelos programas nucleares iranianos. As informações sobre o possível ataque foram divulgadas em artigo do jornalista Seymour Hersh, vencedor do prêmio Pulitzer, revelou o massacre levado a cabo por soldados americanos em My Lai, durante a Guerra do Vietnã, e o escândalo dos maus-tratos na prisão de Abu Ghraib, no Iraque.
A texto de Hersh sustenta que os EUA estariam preparando uma campanha de ataques contra as instalações nucleares iranianas, inclusive com o uso de armamento atômico. O artigo, que cita um ex-responsável dos serviços secretos, afirma que o presidente Bush e outros funcionários da Casa Branca consideram o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, como alguém que poderia se tornar um Adolf Hitler.
Segundo fontes da reportagem, Bush estaria determinado a negar ao regime iraniano a oportunidade de desenvolver seu programa de enriquecimento de urânio. Órgãos de inteligência dos EUA e de países europeus e a Agência Internacional de Energia Atômica da ONU (AIEA) pressionam o Irã a interromper seu enriquecimento de urânio, alegando que tal iniciativa tem por objetivo o desenvolvimento de armas nucleares. O Irã nega.
(Ansa, 10/04/06)
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u94683.shtml