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2006-04-10
Agricultores da Venezuela começaram a examinar o pactado ingresso desse país no Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) com o sentimento de estar diante de oportunidades e também diante de ameaças. “Em máquinas e equipamentos agrícolas, e para a colocação de pescado ou arroz, Brasil e Argentina dão uma boa oportunidade à Venezuela”, disse à IPS o presidente da Confederação Nacional de Associações de Produtores Agropecuários (Fedeagro), Gustavo Moreno, “mas dificilmente poderão se beneficiar os venezuelanos que plantam milho amarelo”, acrescentou.

Em outra ponta, os grandes consumidores de milho, como os pecuaristas dedicados a engorda de bois “seriam beneficiados com cereais mais baratos, o que permitiria completar a ceva com o animal mais jovem e obter um produto melhor”, disse à IPS o criador Jorge Ordóñez. Os quatro países fundadores do Mercosul aceitaram em dezembro negociar a adesão plena da Venezuela ao bloco, entendendo que demoraria alguns anos para traduzir essa decisão política em normas comerciais. As negociações devem começar no dia 15 do mês que vem.

O Mercosul se caracteriza por sua grande produção agroindustrial (carnes, grãos e lácteos), enquanto a Venezuela, uma potência petrolífera, depende de importações de alimentos. Caracas colocou à disposição do Mercosul seu potencial energético, acelerou a assinatura de projetos conjuntos – como o gasoduto entre o Caribe e o Rio da Prata – e insistiu em uma integração de maior perfil social do que comercial.

No fórum Integração da Venezuela ao Mercosul, Oportunidades e Ameaças do Setor Agroalimentar, organizado pela Fedeagro nos dias 5 e 6 deste mês, o ministro venezuelano de Integração e Comércio Exterior, Gustavo Márquez, garantiu que “estamos privilegiando a construção de um comércio sul-americano, mas que não desbanque a produção nacional”. Assegurou que “nas negociações, a Venezuela não poderá fugir das previsões de sua Constituição”,que ordena garantir a segurança alimentar com privilégio para a produção nacional.

Além disso, nessas negociações, “que serão um processo global e não setorial”, a Venezuela reclamará tratamento especial e diferenciado, que não afete a economia do país e esteja de acordo com as exigências feitas aos países industrializados”, disse Márquez. O ministro explicou à IPS que “há assimetrias estruturais. Desconhecer o poderio do Brasil, oitava economia do mundo, ou as enormes vantagens da Argentina, seria tapar o sol com a peneira. Para isso assinamos o Acordo de Complementação Econômica, que estabelece a necessidade de tempo para nos adaptarmos às mudanças”.

Moreno concorda que “quando for negociar com o Mercosul, a Venezuela não deve levar somente o cheque para compras, mas também o talonário de notas fiscais, isto é, aproveitar sua fortaleza em matéria energética para se beneficiar em outros itens, por exemplo, arroz, cacau, café ou banana”. O ministro usou o exemplo dos cafeicultores colombianos que têm milhares de unidades de produção, mas se unem para exportar sob a marca única Café da Colômbia”, e exortou os agricultores venezuelanos a fazerem o mesmo.

No setor lácteo, tradicionalmente enfrentando a importação de queijos do Uruguai, “existe uma grande incerteza”, disse à IPS o dirigente sindical Rodrigo Agudo, “porque só os excedentes do Mercosul triplicam a demanda venezuelana. Se não forem contempladas faixas de preços caminharemos para um neoliberalismo tão selvagem quanto o da Alca (Área de Livre Comércio das Américas, impulsionada por Washington), pois no Mercosul atuam multinacionais como Serenísima ou Nestlé (ambas de alimentos) que se beneficiarão com nossa abertura”, disse Agudo.

Genaro Méndez, presidente da Federação de Pecuaristas, disse que “produzir um litro de leite na porta do curral em um país do Mercosul custa US$ 0,18, enquanto na Venezuela custa US$ 0,35. Atualmente, não podemos competir”. O criador Ordóñez disse que os produtores de carne bovina podem ficar mais tranqüilos “porque resistimos, apesar da importação de 36 mil toneladas de carne em 2004 e 2005, graças ao aumento do consumo, até 18 quilos por pessoa ao ano”. A Venezuela tem 26,5 milhões de habitantes, segundo o oficial Instituto de Estatísticas.

“Além disso, podemos melhorar o produto com cereais mais baratos e vender mais se for mantido em alta o poder aquisitivo dos venezuelanos, mas dependemos das políticas macroeconômicas. Já melhoraríamos com uma ligeira desvalorização do bolívar”, a moeda nacional, afirmou Ordóñez. Moreno ressaltou que, “embora a adesão ao Mercosul praticamente não foi debatida na Venezuela, queremos concorrer e participar, mas necessitamos de mais informação sobre as linhas de negociação, mais do que os enunciados gerais da Constituição”.
(Envolverde, 10/04/06)
http://www.envolverde.com.br/materia.php?cod=16070

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