ONU faz acordo para eliminar pesticidas prejudiciais à camada de ozônio em mais de 30 países
2006-04-11
Mais de 5 mil fazendas e cooperativas de 30 países se comprometeram a eliminar de suas lavouras o uso de um pesticida pelo menos 60 vezes mais prejudicial à camada de ozônio do que os gases CFC: o brometo de metila. A decisão faz parte de um acordo firmado entre os produtores rurais e o PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), que vai ajudá-los a vender suas mercadorias. A agência da ONU apresentará a rede de fazendas para supermercados interessados em produtos livres do brometo de metila. O agrotóxico é colocado no solo antes da semeadura, especialmente em plantações de tabaco, tomates, cebolas, morangos, melões e flores. O brometo de metila elimina tudo o que é vivo, como insetos, minhocas, bactérias, fungos e ervas daninhas.
Em 1992, o pesticida foi incluído na lista de substâncias destruidoras do ozônio na atmosfera, e sua eliminação passou a ser objetivo do Protocolo de Montreal, o acordo internacional que visa proteger a camada de ozônio. Muitos fazendeiros, no entanto, se recusaram a deixar de usar a substância, pois afirmam que as alternativas não menos eficientes ou caras demais. O brometo de metila é uma das poucas substâncias que ainda não foram retiradas de circulação após a entrada em vigor do Protocolo de Montreal. Em julho de 2005, o governo brasileiro, através do Ministério da Agricultura, liberou US$ 2 milhões para ensinar os agricultores brasileiros a não dependerem da substância.
O objetivo do acordo firmado entre o PNUMA e os fazendeiros, apoiado pela FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) e pelo PNUD, é mostrar que há vantagens em usar uma tecnologia que não afeta a camada de ozônio e acelerar a eliminação do veneno. As fazendas e cooperativas que tomarem parte da Parceria Internacional para a Eliminação do Brometo de Metila já deixaram de utilizar o pesticida ou vão deixar de usá-lo, gradualmente, até setembro de 2007, quando o Protocolo de Montreal completa 20 anos.
(Carbono Brasil, 10/04/06)
http://www.carbonobrasil.com/noticias.asp?iNoticia=12314&iTipo=8&idioma=1