Meteorologista afirma que furacão ameaça Nova York
2006-04-11
Os nova-iorquinos estão em alerta. Motivo: o pânico de que novos furacões varram
os EUA. O meteorologista Christopher Landsea, diretor do Hurricane Research
Division (um dos órgãos responsáveis pelo rastreamento de catástrofes naturais
no país), anunciou que 16 tempestades estão se formando no Caribe e que, entre
junho e novembro, pelo menos cinco devem atingir a costa leste americana.
Segundo ele, são grandes as chances de uma delas desabar sobre Nova York. Outra
voz também se fez ouvir nos últimos dias: foi a de Joe Bastardi, especialista
em previsões climáticas, anunciando que a Big Apple poderá enfrentar um furacão
tão devastador como o Katrina, que em agosto de 2005 destruiu a cidade de Nova
Orleans. Se isso acontecer, a ficção poderá se tornar uma trágica realidade. No
filme Um dia depois de amanhã , o diretor Roland Emmerich mostra como o
aquecimento global pode gerar catástrofes e varrer cidades do mapa. Filme é
filme, mas o fato é que Nova York está entre os três locais que mais seriam
fustigados com um tormento de grande magnitude. Prova disso é o estudo feito por
engenheiros do Exército americano a indicar que um furacão de grau cinco (o
máximo na escala de destruição) pegaria a cidade de surpresa, assim como
ocorreu em 1938. Por serem muito altas, pontes como as de Verrazano Narrows e
George Washington cederiam com os ventos antes que eles pudessem ser percebidos
no solo. Sem rotas de fuga, os barcos levariam um dia inteiro para retirar as
pessoas ilhadas.
O pior da tragédia viria pelo rio Hudson. Para ter uma idéia do estrago, um
furacão de nível quatro deixaria a pista do Aeroporto Internacional John
Kennedy coberta com seis metros de água. Ficariam completamente inundados os
túneis de Holland e do Brooklin-Battery, além das estações do metrô de Long
Island até a parte baixa de Manhattan. Estima-se que os prejuízos passariam de
US$ 20 bilhões. Há especialistas em clima que duvidam dessas previsões, alegando
que os furacões do Caribe sempre perdem a sua força ao se dirigir para o norte,
onde está Nova York. Isso porque naquela região as águas são frias e os
furacões, para ficarem poderosos, necessitam de temperaturas oceânicas acima de
24º Celsius. O problema é que, nos últimos 35 anos, o aquecimento da atmosfera
provocou um aumento da temperatura dos mares da região. Segundo David
Easterling, do Centro Nacional de Dados Climáticos dos EUA, isso é mais que
suficiente para o surgimento de um novo Katrina. “Há grandes e evidentes
chances de furacões destruírem Nova York. E a cada dia os riscos são maiores”,
diz ele.
(IstoÉ, 12/04/06)