Agronegócio ganha Laboratório de Nanotecnologia de R$ 4 milhões
2006-04-11
O agronegócio brasileiro responsável por cerca de 30% do Produto Interno Bruto
(PIB) conquista mais um passo para o fortalecimento da agricultura tropical. No
dia 17, às 15h, será lançado o Laboratório Nacional de Nanotecnologia para o
Agronegócio (LNNA), no qual serão investidos recursos de R$ 4 milhões. A
iniciativa pioneira é da Embrapa Instrumentação Agropecuária, unidade da Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, que com esta ação pretende impulsionar as pesquisas
no setor agropecuário e garantir sua competitividade.
A cerimônia de lançamento contará com a presença do diretor-presidente da
Embrapa, Silvio Crestana, e do pesquisador da Embrapa Instrumentação
Agropecuária, Luiz Henrique Capparelli Mattoso, que desde o ano passado está
desenvolvendo pesquisas com nanotecnologia nos Estados Unidos, entre outras
autoridades.
O Laboratório Nacional de Nanotecnologia para o Agronegócio ocupará uma área de
700 metros quadrados e será vinculado a Embrapa Instrumentação Agropecuária.
Apoiado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia por meio da Financiadora de
Estudos e Projetos (Finep), o LNNA deve iniciar as atividades imediatamente com
a aquisição de equipamentos, sendo a maior parte importada, planejamento das
ações e a organização de uma Rede de Pesquisa em Nanotecnologia para o
Agronegócio. A previsão para o recebimento dos primeiros equipamentos é de
quatro meses.
O chefe-geral da Embrapa Instrumentação Agropecuária, Ladislau Martin Neto,
considera o LNNA um marco na consolidação de uma infra-estrutura de equipamentos
avançados e dedicados a Nanotecnologia, que colocará o Centro em posição ímpar
no país em um tema de destaque como o agronegócio e no qual já vem realizando
pesquisa desde 1997, com a aquisição do Microscópio de Força Atômica, avaliado
em cerca de US$ 160 mil.
As principais linhas de pesquisas que serão contempladas pelo LNNA incluem o
desenvolvimento de sensores e biossensores, aplicados ao controle de qualidade,
certificação e rastreabilidade de alimentos; caracterização e síntese de novos
materiais, como polímeros e materiais nanoestruturados com propriedades
específicas; filmes finos e superfícies para fabricação de embalagens
inteligentes, comestíveis e superfícies ativas; nanopartículas, compósitos e
fibras para o desenvolvimento de materiais reforçados, usando produtos naturais,
como fibras de sizal, juta, coco e outras para aplicações industriais;
nanopartículas orgânicas e inorgânicas para liberação controlada de nutrientes
e pesticidas em solos e plantas, de fármacos para uso veterinário;
nanobiotecnologia- para caracterização de material genético e nanomanipulação
gênica; caracterização de materiais de interesse do agronegócio para obtenção
de informações inéditas sobre partículas de solos e plantas, bactérias e
patógenos de interesse agrícola.
Além das atividades de pesquisas, o Laboratório Nacional de Nanotecnologia para
o Agronegócio funcionará em forma de "facility" para colaborações científicas
e prestação de serviços para instituições públicas e iniciativa privada.
(Informações da Embrapa Instrumentação Agropecuária, 10/04/06)