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2006-04-11
Acentuação de declives, empobrecimento dos solos, assoreamento dos rios e desertificação são exemplos de estragos provocados pela erosão no solo. Alguns sistemas de produção agrícola são responsáveis pela erosão e geram prejuízos no meio rural ambientais e econômicos. Avaliar as perdas de solo por meio de um indicador de sustentabilidade é a proposta do Núcleo de Economia Agrícola (NEA) da Unicamp, como resultado do Projeto de Diagnóstico Ambiental da Agricultura no Estado de São Paulo - Bases para um Desenvolvimento Rural Sustentável. O estudo definiu como área piloto a Bacia do Vale Mogi-Pardo, que abrange cerca de 80 cidades, para a adaptação de metodologias de avaliação de impactos ambientais. E já diagnosticou a perda na região: 20 toneladas por hectare ao ano.

O novo indicador de erosão foi criado a partir do método paramétrico de equação universal de perdas de solo, trazido dos Estados Unidos na década de 40 e adaptado às condições brasileiras pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC), parceiro do NEA no projeto. O objetivo é diagnosticar o impacto causado pelas práticas agrícolas, técnicas de manejo do solo e propor políticas para o desenvolvimento rural sustentável. De acordo com o coordenador geral do projeto, e pesquisadordo NEA, Ademar Ribeiro Romeiro, com estes dados coletados é possível ter uma dimensão mais precisa do solo erodido com baixo custo, o que até então não acontecia. O indicador apontará com menor margem de erro quanto se perdeu de solo. "O sistema usado atualmente apenas contribui para estimar a porcentagem", afirma.

O sistema que vem sendo usado avalia a erosão com base em informações de satélite e levantamento topográfico. Além de não apontar a prática de manejo e o tipo de tecnologia adotada no campo, nesse sistema o pesquisador tem que verificar in loco a condição da terra, o que representa um custo muito elevado. “Mesmo com o uso de alta tecnologia, não há informação detalhada dos locais. O satélite, um equipamento usado para o diagnóstico da região afetada com a erosão, não detecta os tipos de culturas produzidas e a tecnologia empregada. Estes dados são os grandes diferenciais do novo indicador e vão ajudar a chegar a um resultado mais preciso", salienta Romeiro.

Para se chegar ao indicador, através do método paramétrico de equação universal de perdas de solo, são avaliados: o tipo e a aptidão do solo; a inclinação; as práticas agrícolas e conservacionistas empregadas. Romeiro ainda acrescenta que conhecer estas práticas é fundamental para se obter um resultado mais confiável, pois o dinamismo dos dados colhidos faz grande diferença para se saber a quantidade perdida de solo por cultura de plantio. Segundo um dos coordenadores do Módulo I do Projeto pelo IAC, Jenner Fernando Leite de Moraes, este indicador permitirá avaliar os solos mais críticos e diagnosticar qual tem perda elevada de cultivo, devido a exposição do solo, como é o caso da região de Socorro, São João da Boa Vista, áreas muito declinadas, onde predomina o cultivo da cana-de-açúcar.

O replantio com citrus, e a cobertura com gramínea no lugar de entrelinha de plantio, são destacados por Moraes por oferecerem uma grande proteção ao solo. “Estamos re-avaliando a condição do solo e ficamos surpresos durante nosso trabalho. Ficamos impressionados com a cultura de citrus pois vimos que o solo estava muito bem protegido e não esperávamos isso. Já a plantação de café deu indícios preocupantes: não haviam cuidados com a cobertura do solo”, comenta o pesquisador. O IAC tem sido responsável pelo mapeamento das culturas existentes, levantamento da conservação do solo, dos tipos de produção agrícola praticadas e de como está a dinâmica de desmatamento por conta da erosão.

Para a efetividade do novo indicador será necessária a integração entre IBGE, Embrapa, IAC, prefeituras e órgãos municipais. Segundo Romeiro, eles serão responsáveis pela pesquisa local e informarão o funcionamento da cultura e tecnologia de cobertura de solo local existente. “Estes órgãos vão oferecer os principais dados para obtermos o novo indicador que fará a medição com precisão, pois o acesso deles à estas informações é muito mais fácil”, explica.

A novidade deve trazer questionamentos porque terá um impacto econômico para os produtores. “Os agricultores que estiverem com suas práticas de cultivo ultrapassadas, deverão mudá-las e aí, precisarão mexer no bolso”, alerta Moraes. Entretanto, tranquiliza ele, “haverá uma diretriz dos órgãos de extensão agrícola para indicar o melhor caminho aos agricultores e isto os beneficiará, pois os custos com a erosão tendem a ser muito maiores e podem ser evitados com a criação de políticas agrícolas voltadas para este problema”.

Além disso, Romeiro acredita que esta será uma forma de induzir as cidades à “concorrência” do melhor cuidado com o solo. A idéia é criar um ranking para saber em qual colocação está cada cidade e, como as políticas de incentivo agrícolas, estimular a redução da erosão local. “Assim como há o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) há a possibilidade de classificar as cidades para incentivá-las à melhoria de sua produção e o cuidado com o solo”, observa.

O indicador foi criado a partir do projeto da Bacia do Vale Mogi-Pardo, que ainda está em andamento e envolve 40 profissionais. Durante o projeto, que deverá ser concluído em julho de 2007, são usadas técnicas de sensoriamento remoto, sistema de informação geográfica e modelos matemáticos e estatísticos para a avaliação de toda a região. São ainda parceiros do projeto o Laboratório de Engenharia Ecológica da Faculdade de Alimentos da Unicamp, a Embrapa, o IAC e o Centro Regional Universitário Espírito Santo do Pinhal.
(ComCiência , 10/04/06)

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