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2006-04-10
Elas já foram abundantes em todo o litoral brasileiro, mas ações humanas fizeram com que as tartarugas marinhas tenham sido incluídas numa lista de espécies ameaçadas de extinção no final da década de 1970, quando não existia nenhum trabalho de conservação no Brasil. Essa história começou a mudar em 1980, quando o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), na época Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF) criou o Projeto Tamar, com o objetivo de salvar e proteger as espécies. A base Sul do programa, na Barra da Lagoa, em Florianópolis, completou um ano de atividades na última quinta-feira, com bons motivos para comemorar. "Nosso trabalho é de longo prazo, mas já obtivemos resultados concretos quanto à consicentização dos pescadores", explica o veterinário Eduardo Tadaschi.

A equipe da Capital atua nas comunidades pesqueiras da Barra, Ingleses e Armação do Pântano do Sul, além de Itajaí, o maior centro de pesca industrial com anzol espinhel do País. "Em Florianópolis, os maiores problemas eram as tartarugas que ficavam presas nas redes e desmaiavam", explica Tadashi. Ele conta que a maioria dos pescadores achava que o animal estava morto e os jogava fora. "Nós ensinamos a eles como desafogar as tartarugas, que podem ficar desmaiadas por até 8 horas", argumenta. O veterinário explica que o procedimento é fácil, basta virar a espécie com o casco para baixo, fazer massagem para expelir a água, deixar o animal voltar a respirar e se movimentar normalmente e devolver ao mar.

"Os pescadores se tornaram grandes colaboradores. Eles já realizam os procedimentos e nos avisam quando alguma tartaruga está machucada", informa. Se o animal apresenta lesões, é levado à base para reabilitação e de-pois é devolvido ao habitat natural. "Percebemos também que a população em geral está disposta a colaborar pelo número de ligações e informações voluntárias quando alguma espécie é avistada na praia," comemora.

Trabalho educativo chega também a Itajaí
Tadashi conta que em Itajaí é desenvolvido um outro tipo de trabalho educativo. "Estamos testando junto com os pescadores um novo tipo de anzol, chamado de J circular", explica. Este equipamento possui o formato da boca da tartaruga, de forma que quando ela vai pegar a isca, sente o metal, morde e solta, ao contrário do anzol em espinhel que faz com que o animal fique preso e morra. " A maioria deles está se mostrando disposto a colaborar", afirma Tadashi.

O veterinário avalia que ainda há muito a fazer, inclusive estender o trabalho para outras colônias de todo o Estado. " Pequenos procedimentos localizados fazem uma grande diferença na conservação das tartarugas", ensina. Na sua opinião, a implantação da base Sul foi estratégica porque o litoral catarinense é um corredor de passagem para as espécies. "Trata-se de um sítio de alimentação e de migração para desova. Nossa missão é minimizar a captura incidental das tartarugas", define.

Aqui na Capital, a praia que mais recebe a visita destes quelônios é a dos Ingleses. "Ainda nesta semana, fui socorrer uma tartaruga verde que estava presa em um cerco de pesca. Coloquei um grampo marcador para monitoramento e a devolvi ao mar", informa o veterinário. Mas nem sempre as notícias são boas. "Na última terça-feira, uma espécie gigante foi encontrada morta na Lagoinha do Leste", lamenta Tadashi. O animal é o mais ameaçado de extinção no Brasil, apenas sete são monitorados pelo instituto. "A tartaruga estava em adiantado processo de decomposição o que impossibilitou os exames para apurar as causas do óbito. "O fator mais provável é intoxicação por alimentos contaminados por agentes poluentes", declara.

Parque abriga seis animais
Junto à base do Projeto Tamar Sul funciona um pequeno parque que abriga seis tartarugas, quatro do tipo cabeçuda e duas da espécie de pente. Desde sua inauguração no ano passado, o espaço já foi visitado por 9 mil pessoas, entre escolares e turistas. "As espécies foram criadas em cativeiro desde bebês e vieram do Espírito Santo, Sergipe e Rio de Janeiro, informa o biólogo Rodrigo Fernandes. Ele explica que a mais velha tem 20 anos, outras 19 e 15 e as restantes 2 anos, por isso ainda não se pode determinar o sexo delas. "Somente a partir de 25 anos o macho é identificado porque seu rabo cresce cerca de 30 centímetros a mais que o das fêmeas", ensina, lembrando que os quelônios vivem normalmente mais de 85 anos. "As nossas ainda são pré-adolescentes", brinca.

As espécies dividem o espaço de três grandes tanques de PVC, abastecidos com água vinda diretamente do mar. "Realizamos a troca diariamente para que as tartarugas tenham o melhor ambiente possível", argumenta. A alimentação dos animais é peixe e lula. "Elas são bem gulosas, ficam esperando o momento do almoço", brinca o monitor, Jonathan Luiz Silveira, responsável pelo "cardápio". As tartarugas foram mantidas em cativeiro para o aprofundamento das pesquisas a respeito das espécies. "Observamos o comportamento, o crescimento e os hábitos delas", declara o biólogo, afirmando que os animais são inofensivos e dóceis tanto em alto mar quanto em cativeiro. "Infelizmente o homem é o seu maior predador", lamenta.

Rodrigo credita às ações do Projeto Tamar e às leis ambientais os bons resultados obtidos pela preservação do animal. "A comercialização de qualquer parte de uma tartaruga atualmente é crime inanfiançável", justifica. O Parque da Base Tamar Sul funciona para visitação de terças a domingos, das 9 às 22 horas, na rua das Corujas, 22, Barra da Lagoa, tel. (48) 32516085. Os ingressos custam R$ 2,00.
(A Notícia, 10/04/06)

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