Banco Mundial empresta dinheiro para "cidades ecológicas" na China
2006-04-10
O Banco Mundial atribuiu à China um empréstimo de um milhão de dólares (822.267 euros) para a conversão de três cidades chinesas em "cidades ecológicas". A notícia é avançada na segunda-feira (10/04) pela agência noticiosa oficial chinesa Nova China, de acordo com a qual o Ministério das Finanças será a entidade responsável pela fiscalização da aplicação das verbas nas cidades a receber fundos do Banco Mundial.
As cidades em causa são Baotou (um centro industrial da Região Autónoma da Mongólia Interior - norte), Chongqing (um município na província de Sichuan - sudoeste) e Wuyishan (na província costeira oriental de Fujian). Baotou receberá, segundo a Nova China, 600.000 dólares (496.360 euros) para o desenvolvimento de processos de reciclagem e indústrias amigas do ambiente, enquanto os fundo destinados a Chongqing se destinam ao investimento no tratamento de águas residuais.
Desenvolver o turismo ecológico é o objectivo do Banco Mundial em Wuyishan, onde tem vindo a financiar projectos de desenvolvimento sustentável desde 2004. O rápido crescimento econômico e industrial da China causou nas últimas décadas uma situação de colapso ambiental em todo o país, com o Governo central a ver-se obrigado a aprovar um plano que pune os funcionários públicos que privilegiem o crescimento econômico sobre a protecção ambiental.
O objectivo do plano, aprovado em Fevereiro pelo Conselho de Estado, o conselho de ministros chinês, é combater a poluição e a degradação ambiental nos próximos 15 anos, apostando no controle da poluição atmosférica e da contaminação das águas e solos. Na maior parte da China, o esgoto e os efluentes industriais correm diretamente para os rios e lagos, com os dados governamentais a demonstrar que mais de 300 milhões de habitantes rurais não têm acesso à água potável.
A China é também, a seguir aos Estados Unidos, o segundo maior país emissor do mundo de gases causadores de efeito de estufa, responsáveis pelo aquecimento global, tendo, em 2003, emitido para a atmosfera 3,958 milhões de toneladas de dióxido de carbono, contra 3,324 milhões de toneladas da União Europeia no mesmo ano.
(Rádio Renascença, 10/04/06)
http://www.rr.pt/noticia.asp?idnoticia=162254