Oficina em Montenegro divulga o biocombustível como alternativa
2006-04-07
A Cooperativa dos Citricultores Ecológicos do Vale do Caí (Ecocitrus) promoveu
durante todo o dia de quarta-feira (05/04) a primeira das oito oficinas
teórico-práticas que irá realizar sobre a utilização do biocombustível em
veículos automotores. A entidade conta desde o ano passado com uma caminhonete adaptada para utilizar óleo de cozinha usado no lugar do óleo diesel
tradicional e está divulgando a alternativa dentro das ações do Programa
Nacional do Biodiesel, implementado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário
em diferentes pontos do País.
O trabalho ocorreu na propriedade do agricultor Martim Henrique Maurer, na
comunidade de Santos Reis, tendo envolvido cerca de 40 pessoas, entre técnicos
da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e produtores do
Vale do Caí. “Mostramos às pessoas as vantagens deste combustível alternativo,
cujo uso é positivo no desempenho do veículo”, explicou o sócio-fundador da
Ecocitrus e coordenador da oficina, Paulo Lenhardt.
Durante a atividade, Lenhardt explicou como funciona o biocombustível e o
do óleo de cozinha, que é recolhido periodicamente de lancherias e restaurantes
de Montenegro. “A idéia é adaptar o produto alternativo ao motor a ser
trabalhado. É isso que vamos mostrar na parte prática, ao converter para azeite
a alimentação de um de nossos caminhões.”
Lenhardt destaca que o novo combustível pode estimular o plantio de leguminosas
como o amendoim, de onde pode ser tirado óleo semelhante, dispensando o gasto
com diesel comum para os produtores. “A venda do biocombustível ainda é
proibida, mas a produção para consumo próprio não tem restrições legais, então
vale a pena experimentar”, destacou o engenheiro agrônomo e consultor da
Secretaria da Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário
para projetos de biodiesel, Roberto Terra, que participou da oficina. Ele
destacou que o uso do biodiesel já está previsto em lei.
(Jornal NH,
06/04/06)